Assentamento judeu de Pisgat Zeev na Cisjordânia: premiê disse, entretanto, que limitaria o quanto puder o número de enclaves removidos (Ahmad Gharabli/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2014 às 18h00.
Jerusalém - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o país pode desistir de "alguns assentamentos" em terras palestinas ocupadas para ajudar a garantir um acordo de paz, mas limitaria o quanto puder o número de enclaves removidos.
Os assentamentos são uma questão-chave nas conversas de paz ressuscitadas sob tutela dos Estados Unidos em julho, depois de três anos de impasse. Pouco progresso foi conseguido até agora, apesar de o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, ter dito que espera publicar as bases para um acordo em breve.
"Está claro que alguns assentamentos, alguns deles, não serão incluídos no acordo. Isso está claro. Todos entendem isso. Eu vou garantir que o número será o menor possível, desde que isso seja possível, se nós conseguirmos", disse Netanyahu.
Os assentamentos construídos em territórios capturados por Israel na guerra de 1967 são considerados ilegais pela lei internacional e condenados pela maioria dos governos.
Apesar das negociações de paz, Israel intensificou a construção no ano passado. Segundo dados do Escritório Central de Estatísticas divulgados na segunda-feira, o número de novos projetos de construções nos assentamentos dobrou e passou para 2.534 em 2013, dos 1.133 em 2012.
Os comentários de Netanyahu à tevê Channel 2 foram os primeiros feitos em hebraico para uma audiência israelense, sugerindo que trocaria assentamentos pela paz, apesar de já ter assumido compromisso similar em inglês em um discurso ao Congresso dos EUA em 2011.
Os palestinos afirmam que os assentamentos que marcam a paisagem da Cisjordânia ao longo de Israel os impediriam de estabelecer um Estado contínuo e independente, um objetivo das conversas de paz.