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Netanyahu diz que Hamas pagará pela morte de jovens

Segundo primeiro-ministro de Israel, jovens israelenses encontrados mortos no sul da Cisjordânia foram "assassinados a sangue frio"

Israelenses se reúnem em frente à casa de Eyal Yifrach, um dos jovens desaparecidos (Jack Guez/AFP)

Israelenses se reúnem em frente à casa de Eyal Yifrach, um dos jovens desaparecidos (Jack Guez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2014 às 17h47.

Jerusalém - Os três jovens israelenses sequestrados no último dia 12 e encontrados mortos no sul da Cisjordânia foram "assassinados a sangue frio", afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que prometeu fazer o movimento islâmico Hamas pagar pelo crime.

As vítimas, Eyal Yifrach, 19, Naftali Frenkel, 16, e Gilad Shaer, 16, eram alunos de escolas religiosas judaicas. Eles foram encontrados nos arredores da localidade de Halhoul, perto da estrada onde foram vistos pela última vez.

"Por volta das 17h locais, o Exército israelense encontrou os três corpos na nossa área de buscas, no noroeste do distrito de Hebron", declarou o tenente-coronel Peter Lerner.

Os corpos serão submetidos a uma autópsia para confirmar sua identidade e a data da morte, que pode ter ocorrido logo após o sequestro, segundo a imprensa israelense.

"Foram sequestrados e assassinados a sangue frio por animais em forma de seres humanos", declarou Netanyahu. "O Hamas é responsável, e o Hamas pagará."

O movimento islâmico, que negou envolvimento no sequestro, embora não o tenha condenado, prometeu a Israel "as portas do inferno" em caso de ofensiva militar.

"Se os ocupantes se lançarem em uma escalada ou guerra, abrirão para si mesmos as portas do inferno", declarou o porta-voz do Hamas em Gaza Sami Abu Zuhri, que colocou em dúvida a "versão israelense" do sequestro.

O conselho de segurança israelense, que inclui os principais ministros, reuniu-se hoje em Jerusalém, sob a presidência de Netanyahu, informou a rádio pública, acrescentando que haverá uma nova reunião na noite desta terça-feira.

Um míssil disparado de Gaza caiu na madrugada desta terça (horário local) no sul de Israel, sem causar danos, segundo o Exército.

A aviação israelense bombardeou pontos do sul de Gaza, sem causar vítimas, informaram testemunhas.

O chefe de Estado israelense, Shimon Peres, manifestou pesar pela morte dos jovens, acrescentando que "a determinação de Israel a combater o terrorismo será reforçada".

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu às autoridades israelenses e palestinas que "trabalhem juntas para procurar e levar justiça aos responsáveis por esse ato odioso cometido por inimigos da paz".

Medo de represálias

O presidente Mahmud Abbas, convocou uma reunião de emergência do governo palestino após a descoberta dos corpos, anunciou seu porta-voz, Nabil Abu Rudeina.

O acordo de reconciliação fechado entre o Fatah, de Abbas, e o Hamas, que levou, no último dia 2, à formação de um governo de união na Cisjordânia e em Gaza, parece cada vez mais ameaçado.

A resposta do mundo não demorou. Autoridades da França, Alemanha e Grã-Bretanha condenaram energicamente o crime, que ameaça bloquear o caminho da paz na região.

O Papa Francisco, que visitou a Terra Santa no fim de maio, classificou o crime de "inaceitável e execrável", em um comunicado divulgado na noite de hoje pelo Vaticano.

"É um obstáculo grave no caminho da paz. A violência chama mais violência e alimenta o círculo mortal do ódio", proclamou.

Milhares de militares israelenses cercavam hoje Halhoul e a cidade de Hebron, bloqueando seu acesso.

O Exército de Israel destruiu as casas dos dois principais suspeitos do sequestro, dois membros do Hamas em Hebron, que são procurados.

A polícia foi colocada em alerta em todo o território israelense, por temor de represálias contra a minoria árabe ou os palestinos, segundo a imprensa.

A organização israelense de defesa dos direitos humanos B'Tselem condenou o assassinato dos três estudantes e enviou suas condolências às famílias, pedindo ao governo israelense "que evite atos de vingança e não imponha uma punição coletiva"

Desde o sequestro, segundo uma porta-voz militar, o Exército israelense já prendeu 420 palestinos na Cisjordânia, incluindo 305 integrantes do Hamas, e revistou 2.200 prédios.

Cinco palestinos foram mortos por soldados israelenses desde o início da operação.

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