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Netanyahu chama de “golpe de Estado” as investigações sobre escândalos em seu gabinete

O primeiro-ministro israelense prestará depoimento no próximo dia 10 em uma sala fortificada e subterrânea em Tel Aviv como parte de um julgamento por corrupção

Primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu. (Lior Mizrahi/Getty Images)

Primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu. (Lior Mizrahi/Getty Images)

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 5 de dezembro de 2024 às 10h44.

Última atualização em 5 de dezembro de 2024 às 10h47.

O escritório do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta quinta-feira, 5, que as investigações dirigidas contra seu gabinete nos últimos meses, devido aos escândalos de vazamentos de documentos de inteligência ou tentativas de alteração das atas sobre o dia 7 de outubro de 2023, são "um golpe de Estado".

Netanyahu respondeu assim às acusações do ex-chefe do serviço de inteligência interno israelense (Shin Bet), Yoram Cohen, que assegurou que o primeiro-ministro solicitou que as pessoas envolvidas em um projeto de defesa “sensível” fossem monitoradas.

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“O primeiro-ministro buscou proteger um segredo de Estado vital, aceitou as recomendações do establishment legal, agiu de acordo com a lei e não violou os direitos de ninguém”, afirmou o comunicado do seu escritório, que não negou em nenhum momento as acusações de Cohen.

“A verdadeira ameaça à democracia em Israel não vem das autoridades eleitas, mas de funcionários das autoridades responsáveis ​​pela aplicação da lei, que se recusam a aceitar a lei do eleitor e tentam levar a cabo um golpe de Estado com investigações políticas desenfreadas”, acrescentou a nota.

Cada vez mais escândalos e leis controversas vêm gerando divisão em Israel devido à gestão de Netanyahu, que prestará depoimento no próximo dia 10 em uma sala fortificada e subterrânea em Tel Aviv como parte de um julgamento por corrupção que se arrasta desde 2020.

Ontem, o principal porta-voz militar de Israel, Daniel Hagari, criticou um projeto de lei que permitiria que membros dos serviços militares e de inteligência vazassem documentos confidenciais ao primeiro-ministro ou ao ministro da Defesa sem autorização.

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“O Exército não esconde informações da liderança política. O Exército trabalha em linha com a liderança política para a defesa de Israel”, disse Hagari durante uma coletiva de imprensa, na qual descreveu o projeto como “perigoso” para a segurança do Estado, que passou hoje pela primeira votação (de três) no Parlamento.

A proposta, apelidada de “Lei Feldstein”, surge no meio de uma batalha legal sobre o caso “BibiLeaks”, no qual Eli Feldstein, porta-voz de Netanyahu, e um suboficial reservista são acusados ​​de conspirar para vazar um documento confidencial à imprensa estrangeira para influenciar a opinião pública contra um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza.

O Supremo Tribunal de Israel ordenou nesta quinta-feira que os suspeitos fiquem detidos até segunda-feira, quando anunciará sua decisão final sobre o recurso do Ministério Público contra a decisão do tribunal de Tel Aviv de manter Feldstein e o outro detido em prisão domiciliar.

Além disso, o chefe de gabinete de Netanyahu, Tzachi Braverman, foi acusado de extorquir um oficial militar do gabinete do primeiro-ministro com um vídeo comprometedor para alterar as atas das reuniões dos momentos anteriores aos ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, segundo destacou a imprensa israelense.

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