Benjamin Netanyahu reforça que cessar-fogo não significa fim da guerra com o Líbano (Jacquelyn Martin/Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 17h16.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, advertiu nesta terça-feira, 3, que o cessar-fogo selado com o Líbano, em vigor desde 27 de novembro, não representa "o fim da guerra" e que o seu principal objetivo é reconstruir o norte de Israel e permitir o regresso de mais de 60.000 evacuados.
"Ressalto que estamos atualmente em um cessar-fogo. Um cessar-fogo, não o fim da guerra. Temos um objetivo claro: devolver os residentes e reabilitar o norte. Estamos aplicando este cessar-fogo com mão de ferro, agindo contra qualquer violação, seja ela menor ou grave", disse Netanyahu na cidade israelense de Nahariya, a apenas 10 quilômetros da fronteira com o Líbano.
O premiê israelense realizou hoje uma reunião especial nesta cidade, onde se reuniu com o prefeito, Ronan Marli, a quem agradeceu sua "forte liderança" durante este ano de hostilidades e prometeu o desenvolvimento de zonas industriais e a preservação dos benefícios fiscais.
"Senhor prefeito, quero agradecer pela sua liderança e pela postura firme dos moradores. Não foi fácil. Houve muitos desafios, incluindo quatro pessoas que foram assassinadas aqui na cidade de Nahariya", declarou Netanyahu, referindo-se às quatro mortes ocorridas nesta área nos recentes ataques do Hezbollah.
Por outro lado, o premiê israelense descreveu como uma "grave violação" o ataque de ontem da milícia xiita Hezbollah contra uma posição militar no norte de Israel, o primeiro da sua parte desde o início da trégua, ao qual as tropas israelenses responderam com cerca de 20 bombardeios contra o sul do Líbano.
"Estamos comprometidos com um cessar-fogo, mas também não toleraremos violações por parte do outro lado. Também digo isto aqui da forma mais clara: não voltaremos à situação de 6 de outubro. O norte ficará calmo, o norte prosperará, o norte florescerá", acrescentou Netanyahu.
Desde a implementação da trégua, ambas as partes acusaram-se mutuamente de não cumprir o acordo, e Israel continuou a atacar armas e supostos milicianos no sul, amparado pela proteção do que foi pactuado com os Estados Unidos sobre o seu direito de continuar golpeando a milícia.
Da mesma forma, o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ameaçou hoje lançar uma ofensiva contra todo o Líbano, e não focada apenas nas infraestruturas e nos supostos membros do Hezbollah, caso a trégua ruir.