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Netanyahu admite ter autorizado ataque com pagers explosivos contra o Hezbollah

Operação até então não havia sido reivindicada, apesar das acusações do grupo xiita libanês contra o Estado judeu

Netanyahu afirmou que a ofensiva é fundamental para destruir o Hamas (ABIR SULTAN/POOL/AFP/Getty Images)

Netanyahu afirmou que a ofensiva é fundamental para destruir o Hamas (ABIR SULTAN/POOL/AFP/Getty Images)

Agência o Globo
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Publicado em 11 de novembro de 2024 às 11h18.

Última atualização em 11 de novembro de 2024 às 11h38.

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reconheceu pela primeira vez neste domingo, 10, que deu luz verde ao ataque efetuado contra o movimento libanês Hezbollah por meio da explosão de pagers em setembro, declarou à AFP o seu porta-voz, Omer Dostri. Durante uma reunião semanal do Conselho de Ministros, Netanyahu afirmou que havia autorizado esta operação, que até então não havia sido reivindicada.

A explosão simultânea dos pagers, dispositivos eletrônicos usados para a recepção de alertas e mensagens curtas, levou à morte de pelo menos 37 pessoas e atingiu cerca de 3 mil.

A organização político-militar libanesa, assim como autoridades dos EUA e de outros países, apontavam Israel como responsável pelas ações, mas nenhuma confirmação havia sido dada até então. Em setembro, questionado se as explosões eram uma "forma legítima de prosseguir em uma guerra", o presidente de Israel, Isaac Herzog, negou "qualquer conexão" com a operação.

Israel deu início a uma campanha militar intensificada contra o Hezbollah em setembro, quase um ano após o grupo começar a disparar foguetes quase diariamente contra Israel em solidariedade ao grupo terrorista Hamas pela guerra em Gaza. Desde então, a ofensiva israelense já deslocou mais de um quinto da população do Líbano, e mais de 1,9 mil pessoas morreram nesse período. Segundo o Exército de Israel, 38 soldados morreram desde o início das operações terrestres.

Como os pagers chegaram até o grupo?

Segundo o jornal americano New York Times, o material explosivo foi escondido numa leva de pagers importados pelo Hezbollah de Taiwan, alterados antes de chegarem ao Líbano. Autoridades americanas e de outros países apontaram a empresa taiwanesa Gold Apollo como fornecedora desses dispositivos. A empresa negou envolvimento, tentou se distanciar do caso e apontou para a empresa húngara B.A.C Consulting como a fabricante. De acordo com a Gold Apollo, a B.A.C havia fabricado os modelos de pagers AR924 foi produzido e vendido pela B.A.C., com a qual tinha uma "parceria de longo prazo".

Ao que tudo indica, segundo também revelou o Times, a empresa húngara fazia parte de uma frente israelense, segundo três agentes dos serviços secretos cientes da operação. Isto é, uma empresa de fachada. Os agentes disseram que pelo menos duas outras empresas de fachada também foram criadas para mascarar as verdadeiras identidades das pessoas que criaram os pagers: funcionários da Inteligência israelense.

Produzidos separadamente, os pagers fabricados para o grupo tinham baterias contendo o explosivo PETN, segundo os três oficiais citados. Os pagers começaram a ser enviados em pequenos números ao Líbano em meados de 2022, mas a produção aumentou rapidamente depois que o então líder do grupo, Hassan Nasrallah (morto por Israel em setembro) denunciou os telefones celulares.

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