Mundo

Neta de ex-presidente acusa ministro de Macron de estupro

Hulot, ex-astro de um programa de TV francês, é um dos integrantes mais populares do governo do atual presidente da França

Ministro francês, Nicolas Hulot: ele admitiu a existência de uma denúncia apresentada em 2008 (Charles Platiau/Reuters)

Ministro francês, Nicolas Hulot: ele admitiu a existência de uma denúncia apresentada em 2008 (Charles Platiau/Reuters)

A

AFP

Publicado em 9 de fevereiro de 2018 às 18h34.

A neta do ex-presidente francês François Mitterrand confirmou nesta sexta-feira (9), por meio de seu advogado, ter apresentado uma denúncia de estupro em 2008 contra o atual ministro da Ecologia, Nicolas Hulot, um caso que foi arquivado, sem prosseguimento.

Hulot, ex-astro de um programa de TV francês, é um dos integrantes mais populares do governo do atual presidente da França, Emmanuel Macron. Na quinta-feira, Hulot desmentiu os boatos "infames" que circulavam contra ele sobre assédio sexual, um dia antes de a revista Ebdo publicar um artigo questionando-o.

No entanto, ele admitiu a existência de uma denúncia apresentada em 2008 e arquivada "sem acompanhamento", embora não tenha especificado o motivo da ação.

Foi o jornal Le Parisien que revelou a identidade da denunciante, Pascale Miterrand, neta do ex-presidente socialista, falecido em 1996.

O advogado de Pascale Miterrand afirmou, no entanto, que sua cliente "nunca quis midiatizar" o caso.

"O nome de Pascale Miterrand se associou contra seu consentimento a uma tempestade midiática contra Nicolas Hulot. Nem ela, nem sua família apoiam de nenhuma forma a publicidade" dada a este caso, lamentou Michel Dufranc em um comunicado.

A procuradora da República em Saint-Malo (oeste), Christine Le Crom, confirmou na quinta-feira que foi apresentada em 2008 uma denúncia por "um fato de estupro", que foi arquivada sem prosseguimento, por atos ocorridos em 1997, quando Pascale Mitterrand tinha 20 anos e Nicolas Hulot, 42.

No comunicado, Pascale Mitterrand destaca que, desde que apresentou a denúncia, não "a reativou de forma alguma, nem perante seu protagonista, nem perante ninguém".

O semanário Ebdo também dá conta, em seu artigo, de uma acusação de assédio sexual contra Hulot de parte de uma colaboradora da fundação do ministro.

O titular de Ecologia a rechaçou também categoricamente e a fundação assegurou não ter tido "conhecimento de nenhuma atuação repreensível ou conduta inapropriada" por sua vez. Na revista, a interessada desmente "completamente" qualquer vínculo com Hulot.

A Ebdo justificou a publicação de seu artigo pela importância das funções de Hulot e a obrigação de por fim à "cultura de impunidade", no rastro do escândalo Weinstein nos Estados Unidos.

Acompanhe tudo sobre:Emmanuel MacronEstuproFrança

Mais de Mundo

EUA e China chegam a acordo para reduzir tensões comerciais, diz Bloomberg

Ex-presidente Cristina Kirchner deve ser presa por corrupção, decide Suprema Corte

Atirador em escola da Áustria morre após ataque, diz polícia

Trump diz que, se necessário, invocará Lei da Insurreição para conter protestos