Neonazismo: no último ano e meio, o Reino Unido foi palco de dois atentados da extrema direita (Scott Olson/Getty Images)
AFP
Publicado em 5 de setembro de 2017 às 10h33.
Quatro indivíduos que seriam membros da organização neonazista ilegal britânica Ação Nacional foram detidos por suspeita de prepararem atentados - informou a Polícia britânica nesta terça-feira (5).
De acordo com o Ministério britânico da Defesa, haveria militares entre eles.
"Estamos em condições de confirmar que vários membros do Exército foram detidos pela Polícia", indicou o Ministério em um comunicado, sem identificá-los.
"Essas detenções foram resultado de uma operação da força de Polícia do Ministério do Interior apoiada pelo Exército", disse a pasta, acrescentando que existe uma investigação em curso "e seria inapropriado fazer mais comentários" sobre o caso.
Com idades entre 22 e 34 anos, os homens "foram detidos por suspeita de estarem envolvidos na tentativa, preparação e incitação de atentados terroristas", anunciou a Polícia da região de West Midlands.
"Estão revistando várias propriedades, em relação com as detenções. As detenções foram planejadas antecipadamente. Não havia ameaça à segurança do público", acrescentava o comunicado, descartando que houvesse perigo iminente de um atentado.
Em dezembro de 2016, a Ação Nacional se tornou a primeira organização de extrema direita proibida no Reino Unido por seu caráter "terrorista". Na época, a ministra do Interior, Amber Rudd, justificou a medida, alegando se tratar de um grupo "racista, antissemita e homofóbico que incita o ódio, glorifica a violência e promove uma ideologia vil".
No último ano e meio, o Reino Unido foi palco de dois atentados da extrema direita: o assassinato da deputada trabalhista Jo Cox, em junho de 2016, e o atropelamento com uma van de um grupo de muçulmanos que saía de uma mesquita de Londres. Neste episódio, um homem morreu, e várias pessoas ficaram feridas.
A Ação Nacional elogiou o assassinato de Cox. Em sua conta no Twitter, o grupo defendeu "o sacrifício" feito por Thomas Mair, o homem que matou a deputada a tiros e facadas em 16 de junho, uma semana antes do referendo sobre o Brexit. Mair foi condenado à prisão perpétua pelo crime.
"#Votempelasaída [da UE], não deixem que o sacrifício desse homem seja em vão. #JoCox teria enchido o condado de Yorkshire com mais sub-humanos", tuitou, referindo-se à defesa de imigrantes e de refugiados feita pela deputada.