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Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2011 às 17h25.
O Palácio do Planalto confirmou hoje a demissão o ministro Waldir Pires (Defesa). Ele será substituído por Nelson Jobim (PMDB), ex-presidente do Supremo Tribunal Federal. A saída de Pires era dada como certa desde o acidente da TAM da semana passada, que deixou ao menos 198 mortos. Ele permaneceu no cargo durante pouco mais de um ano e mostrou incapacidade para resolver a crise aérea que se instalou no país desde a queda do avião da Gol em setembro do ano passado.
A saída de Pires só não aconteceu antes porque o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrava dificuldades para encontrar um substituto. Segundo a Agência Brasil, Pires pediu demissão nesta manhã em reunião com Lula. Em seguida, o presidente conversou com Jobim, que decidiu aceitar o comando da pasta.
O gaúcho Nelson Jobim, 61, foi deputado, ministro da Justiça durante o governo Fernando Henrique Cardoso e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) no primeiro mandato de Lula. Ele chegou a ser cogitado para ser vice na chapa de Lula durante a campanha de reeleição, mas o presidente acabou fechando acordo com José Alencar (PRB). Após a vitória nas urnas, Jobim passou a ser cogitado para reassumir o Ministério da Justiça, mas a pasta acabou sob o comando do petista gaúcho Tarso Genro no segundo mandato.
No Ministério da Defesa, Jobim terá a tarefa de reorganizar a aviação civil brasileira. O governo tem o desafio de desafogar o aeroporto de Congonhas, onde ocorreu o acidente da TAM. Deverão ser realizados investimentos nos aeroportos de Cumbica e Viracopos. O governo também cogita a construção de um terceiro aeroporto na região metropolitana da cidade e também a implantação de trens para conectar esses aeroportos aos grandes centros.
Para viabilizar todos esses investimentos, o governo estuda abrir o capital da Infraero (empresa que administra os principais aeroportos brasileiros). A venda de ações da empresa estatal ao mercado ajudaria o governo a levantar o dinheiro necessário para as obras. Ao mesmo tempo, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) terá o desafio de transferir rotas que hoje passam Congonhas para outros aeroportos brasileiros. A medida deve reduzir a rentabilidade das companhias aéreas e, consequentemente, encarecer as passagens. No entanto, o acidente mostrou a governo, empresas aéreas, pilotos e passageiros que Congonhas precisará rever suas operações.