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Negócios de Trump sugerem lavagem de dinheiro, diz pesquisador

Depoimento indica que as vendas de propriedades da Trump Organization para cidadãos russos podem ter envolvido lavagem de dinheiro

Donald Trump: Trump Organization rejeitou as acusações de lavagem de dinheiro, afirmando que são infundadas (Joshua Roberts/Reuters)

Donald Trump: Trump Organization rejeitou as acusações de lavagem de dinheiro, afirmando que são infundadas (Joshua Roberts/Reuters)

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Reuters

Publicado em 19 de janeiro de 2018 às 11h19.

Washington - Depoimento do chefe de uma companhia de pesquisa política ao Congresso dos Estados Unidos indica que as vendas de propriedades da Trump Organization para cidadãos russos podem ter envolvido lavagem de dinheiro, disse na quinta-feira o principal parlamentar democrata do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos EUA.

O painel divulgou a transcrição de uma audiência a portas fechadas em 14 de novembro com o fundador da Fusion GPS, Glenn Simpson, cuja firma contratou um ex-espião britânico para investigar os laços do então candidato presidencial Donald Trump com os russos e produziu um dossiê.

"Essas transcrições revelam acusações sérias de que a Trump Organization pode ter participado de lavagem de dinheiro com cidadãos russos", disse o deputado Adam Schiff.

A Trump Organization rejeitou as acusações, afirmando que são infundadas.

Outro democrata no comitê controlado pelos republicanos, o deputado Jim Hines buscou ajustar o comentário de Schiff, dizendo à CNN que Simpson "não forneceu evidências e eu acho que este é um ponto importante. Ele fez acusações".

O painel da Câmara dos Deputados está realizando uma das três investigações parlamentares sobre possível conluio entre a campanha de 2016 de Trump e a Rússia.

O procurador especial Robert Mueller está comandando uma investigação separada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Moscou nega conclusões de agências da inteligência dos EUA de que a Rússia interferiu na eleição de 2016 para ajudar Trump, e o presidente nega qualquer conluio

Em seu depoimento, Simpson disse que sua empresa examinou de perto vendas de apartamento em propriedades de Trump em Nova York, Miami, Cidade do Panamá e Toronto.

"Houve diversos acordos imobiliários em que você não podia realmente dizer quem estava comprando a propriedade", disse Simpson. "E algumas vezes propriedades eram compradas e vendidas, e elas eram compradas por um preço e vendidas com uma perda pouco depois, e isto realmente não faz sentido para nós".

"Nós vimos padrões de compra e venda que nós pensamos ser sugestivos de lavagem de dinheiro", continuou.

Alan Garten, chefe do departamento jurídico da Trump Organization, disse que os acordos que Simpson se referiu envolvem primariamente propriedades que Trump licenciou seu nome, ao invés de possuir, desenvolver ou vender.

"Estas acusações são completamente imprudentes e infundadas por múltiplas razões", disse Garten. "Estas questões não tem a ver com o escopo da investigação" do comitê de Inteligência da Câmara, disse Garten em entrevista por telefone.

"Mas não é surpreendente que a minoria (os democratas) esteja focando nisto, dado que não encontraram absolutamente nenhuma evidência de conluio", acrescentou.

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