Brexit: a fronteira entre as Irlandas é um ponto de divergência no acordo (Yves Herman/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de janeiro de 2019 às 11h51.
Última atualização em 31 de janeiro de 2019 às 08h26.
Bruxelas - Negociadores da União Europeia para o Brexit insistiram nesta quarta-feira que o acordo de divórcio do Reino Unido com a UE não poderá ser renegociado, embora a primeira-ministra britânica, Theresa May, queira buscar novas concessões do bloco poucas semanas antes da data final para o país abandoná-lo.
O Reino Unido deveria sair da UE em 29 de março, mas o Parlamento britânico ainda não aprovou um acordo final para o Brexit, devido principalmente a divergências relacionadas a um mecanismo conhecido como "backstop" irlandês.
O mecanismo mantém o Reino Unido numa união alfandegária com a UE de forma a evitar inspeções ao longo da fronteira entre a Irlanda do Norte e Irlanda depois que os britânicos deixarem o bloco.
Ontem, May conquistou apoio do Parlamento para reabrir negociações sobre o Brexit, mas autoridades da UE reiteraram hoje que o acordo não poderá ser alterado.
"As instituições da UE continuam unidas e apoiamos o acordo que negociamos com o Reino Unido", disse o principal negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier, após sair de uma reunião do comitê para o Brexit no Parlamento Europeu.
Já o representante do Parlamento Europeu para o Brexit, Guy Verhofstadt, ressaltou que ninguém na Europa quer usar o "backstop", mas acrescentou que o mecanismo é necessário para que haja "100% de certeza de que não haverá uma fronteira (física) entre a Irlanda do Norte e a Republica da Irlanda".
Verhofstadt disse ainda que a única forma de May obter concessões seria desistir da postura de longa data de que o Reino Unido não integrará mais a união alfandegária da UE quando sair do bloco. Fonte: Associated Press.