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Negociador dos EUA defende diplomacia direta com Coreia do Norte

Segundo o negociador, política atual dos EUA é baseada na pressão, sendo necessário engajamento na diplomacia

Joseph Yun:apesar dos apelos, a Casa Branca diz não ser o momento certo para esse tipo de negociação (Jorge Silva/Reuters)

Joseph Yun:apesar dos apelos, a Casa Branca diz não ser o momento certo para esse tipo de negociação (Jorge Silva/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2017 às 09h34.

Bangcoc - O principal negociador dos Estados Unidos para a Coreia do Norte disse nesta sexta-feira que seu país deveria se engajar em uma diplomacia direta com Pyongyang paralelamente às sanções impostas devido aos programas nuclear e de mísseis balísticos do país.

Na terça-feira o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, propôs iniciar conversas diretas e sem condições prévias com os norte-coreanos, mas mais tarde a Casa Branca disse que não é possível realizar negociações até a Coreia do Norte melhorar seu comportamento.

"Deveríamos exercitar a diplomacia direta, além de sanções. Esta é nossa política, que é baseada na pressão e no engajamento, e queremos nos engajar na pressão e na diplomacia", disse Joseph Yun, representante especial dos EUA de políticas para a Coreia do Norte, aos repórteres em Bangcoc.

Yun viajou ao Japão e à Tailândia nesta semana para se reunir com autoridades e debater maneiras de aumentar a pressão contra Pyongyang depois de seu teste mais recente de míssil balístico.

Na quinta-feira, Yun se encontrou com o diretor do Conselho de Segurança Nacional tailandês, general Wallop Rohsanoh, e com o vice-ministro das Relações Exteriores, Weerasak Futrakul.

"Tivemos uma discussão muito construtiva e flexível", disse Yun. Os EUA "não tinham pedidos específicos" para a Tailândia, disse.

Na terça-feira, o primeiro-ministro tailandês, Prayuth Chan-ocha, disse que não existe comércio entre sua nação e a Coreia do Norte e que a Tailândia vem cumprindo as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) referentes ao regime norte-coreano.

"Não tínhamos pedidos específicos... parece que, como o vice-ministro das Relações Exteriores disse, eles estão cumprindo totalmente as resoluções das Nações Unidas", disse Yun aos repórteres.

Os laços tailandeses com a Coreia do Norte chamaram atenção neste ano. Tillerson pressionou a Tailândia, aliada mais antiga dos EUA na Ásia, a agir mais em relação ao regime durante uma visita a Bangcoc em agosto.

A Coreia do Norte tem uma embaixada na capital tailandesa.

Apesar dos apelos de conversas sem condições prévias feitos por Tillerson a Pyongyang, a Casa Branca disse não ser o momento certo e que quaisquer negociações teriam que dizer respeito a uma renúncia norte-coreana ao seu arsenal nuclear.

"Acho que o que o secretário Tillerson disse dois ou três dias atrás... é que realmente queremos ter um diálogo com eles", disse Yun.

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