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Negociações entre Coreias sobre Kaesong fracassam

Países não conseguiram resolver divergências sobre reabertura de complexo industrial, mas irão se reunir novamente na próxima segunda


	Soldado sul-coreano em meio a barricadas em estrada que leva ao complexo industrial de Kaesong: local era único projeto conjunto de cooperação vigente entre as duas Coreias
 (Jung Yeon-Je/AFP)

Soldado sul-coreano em meio a barricadas em estrada que leva ao complexo industrial de Kaesong: local era único projeto conjunto de cooperação vigente entre as duas Coreias (Jung Yeon-Je/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2013 às 09h15.

Seul - As duas Coreias fracassaram nesta quarta-feira em resolver suas divergências durante uma reunião bilateral sobre a reabertura do complexo industrial conjunto de Kaesong, que está fechado há três meses, mas se reunirão na próxima segunda-feira.

"A Coreia do Norte queria normalizar o mais rápido possível e de forma incondicional a situação do complexo, enquanto nós exigimos medidas para garantir que ela não volte a fechar", afirmou à Agência Efe uma porta-voz do Ministério da Unificação de Seul após encerrar o encontro realizado na mesma cidade norte-coreana de Kaesong.

Por isso, acrescentou a porta-voz, "foi impossível estabelecer qualquer compromisso, e decidimos convocar uma nova reunião no dia 15", quando as duas partes devem tentar novamente superar suas grandes divergências.

Os analistas já apontam como um grande obstáculo nas negociações para a reabertura de Kaesong a exigência de Seul de ativar mecanismos de salvaguarda que evitem que Pyongyang volte a fechar o complexo, garantindo seu funcionamento à margem da situação política e diplomática.

A condição prévia imposta por Seul "é dura demais" para que o Norte a aceite, opinou o doutor Cheong Seong-chang, pesquisador do prestigiado instituto político de pesquisa Sejong, em uma reunião prévia à entrevista coletiva a jornalistas estrangeiros na capital sul-coreana.

A comitiva da Coreia do Sul, integrada por 23 funcionários, também pediu hoje à Coreia do Norte "que reconheça sua responsabilidade pelo fechamento de Kaesong em abril", segundo revelou à Efe a porta-voz de Unificação de Seul.

O complexo industrial de Kaesong, único projeto conjunto de cooperação vigente entre as duas Coreias, havia operado com normalidade durante oito anos até 9 de abril, dia em que o Norte retirou todos os seus operários do complexo e provocou com isso seu fechamento.


Segundo a porta-voz de Seul, o regime de Kim Jong-un reiterou hoje sua postura de que foi o Sul que provocou o fechamento do complexo industrial com suas "ações", em uma aparente referência às manobras militares conjuntas com os EUA de março e abril que despertaram as iras de Pyongyang.

A Coreia do Norte já sugeriu, há alguns dias, que exigiria o reatamento imediato e incondicional prévio das operações de Kaesong e, segundo analistas, também planejava solicitar na reunião de hoje um aumento de salário para os trabalhadores, a ampliação do tamanho do complexo e mudanças nas normas fiscais.

A nova reunião bilateral aconteceu depois que no domingo passado, após 16 horas de conversas, Norte e Sul chegaram a um princípio de acordo para normalizar a atividade em seu único projeto conjunto.

À margem das comitivas de negociação enviadas por ambos os governos, no início do dia chegou à indústria um grande grupo de representantes empresariais da Coreia do Sul para conferir o estado das instalações.

Até o fechamento, cerca de 54 mil trabalhadores norte-coreanos fabricavam produtos em Kaesong para 123 empresas da Coreia do Sul, graças a um acordo estabelecido durante a etapa de boas relações que os vizinhos viveram no início da década passada.

O complexo gerava lucro às empresas da Coreia do Sul por usar mão de obra muito barata - salários médios de cerca de US$ 130 mensais- e significava uma importante fonte de divisas para o Norte, cujo governo se apodera de uma parte considerável das remunerações dos operários.

As empresas sul-coreanas que trabalhavam em Kaesong declararam no final do mês passado perdas no valor de mais de US$ 900 milhões desde que o complexo fechou suas portas no início de abril. O regime norte-coreano não publicou dados a respeito.

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