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Negociações de última hora no Iraque para formar governo

As negociações no Iraque para formar um governo de união prosseguiam hoje, poucas horas antes da sessão do parlamento que deve aprovar composição

Forças e líderes iraquianos: a comunidade internacional pede um governo de união (Azhar Shallal/AFP)

Forças e líderes iraquianos: a comunidade internacional pede um governo de união (Azhar Shallal/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2014 às 10h02.

Bagdá - As negociações no Iraque para formar um governo de união depois de anos de profundas divisões prosseguiam nesta segunda-feira, poucas horas antes da sessão do parlamento que deve aprovar sua composição.

O primeiro-ministro Haidar al Abadi, sucessor do polêmico Nuri al-Maliki, foi nomeado em 11 de agosto para formar um novo governo, em plena ofensiva dos jihadistas sunitas do Estado Islâmico (EI), que controlam várias zonas do país.

Abadi tem como limite máximo até terça ou quarta-feira para apresentar seu gabinete.

A comunidade internacional, que quer ajudar o Iraque a combater o EI, pede um governo de união que reúna todas as forças políticas e acusou Maliki de ter favorecido a ofensiva jihadista com uma política autoritária e de discriminação em relação à minoria sunita.

Enquanto isso, a violência prossegue no país.

Dois terroristas suicidas detonaram nesta segunda-feira ao norte de Bagdá seus carros carregados de explosivos e mataram ao menos 18 pessoas, indicaram fontes policiais e de saúde.

Os atentados, que ocorreram na cidade de Dhuluiya, também deixaram 50 feridos, segundo as mesmas fontes.

O número de atentados no Iraque aumentou consideravelmente desde 2012.

Os ataques não foram reivindicados, mas os atentados suicidas são realizados geralmente por extremistas sunitas, incluindo os do EI.

Embora a ofensiva jihadista tenha sido freada graças a uma contra-ofensiva das forças iraquianas e curdas, assim como aos bombardeios aéreos dos Estados Unidos, os atos de violência continuam ocorrendo, em particular contra os bairros xiitas, com atentados que têm como alvo tanto as forças de ordem quanto civis.

Segundo o novo alto comissário para os direitos humanos da ONU, os jihadistas querem criar um mundo sanguinário.

"Como poderia funcionar no futuro um Estado takfiri? (um termo que designa os extremistas sunitas) Seria um mundo violento, mal-intencionado, onde não haveria sombra nem refúgio para os que não forem takfiri", declarou o jordaniano Zeid Ra'ad al Hussein em seu primeiro discurso na abertura da 27ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra.

Também afirmou que é uma "prioridade imediata e absoluta" colocar fim aos conflitos do Iraque e da Síria, onde o grupo jihadista Estado Islâmico "demonstrou sua indiferença absoluta e deliberada aos direitos humanos".

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