Petróleo: dados recentes da embarcação mostraram que não foi feito um descarregamento no mar (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 12h32.
Houston - Um navio petroleiro carregando uma controversa carga de petróleo do Curdistão iraquiano reapareceu no rastreamento por satélite nesta segunda-feira perto do Texas, após dias desaparecido, mas os dados mais recentes da embarcação mostraram que não foi feito um descarregamento no mar.
Segundo dados de monitoramento de navios da AIS usados pela Guarda Costeira dos EUA e pela Reuters, o navio United Kalavrvta, que tem estado no limbo por semanas, ainda está 95 por cento carregado.
O pretenso comprador dos EUA recusou-se a receber a carga, avaliada em 100 milhões de dólares, e Bagdá entrou com uma ação judicial no Estados Unidos dizendo que a exportação feita pelo governo regional do Curdistão é ilegal.
O governo regional do Curdistão alega que é autorizado a exportar pela constituição iraquiana.
O navio estava ancorado na costa do Texas nesta segunda-feira.
Navios como o United Kalavrvta, grandes demais para entrar em portos perto de Houston, usam uma área de atracação no mar para transferir a carga para navios menores, antes da entrega.
O governo do Iraque deixou claro que pretende entrar com novas ações na Justiça para reassumir o controle da carga ela for descarregada.
Diversos outros petroleiros carregando óleo do Irã e do Curdistão iraquiano descarregaram, no passado, depois de desligar seus rádios identificadores, tornando o rastreamento das embarcações mais difícil.
Um petroleiro com carga do Curdistão desapareceu do monitoramento por satélite ao norte do Egito cerca de uma semana atrás. Ele reapareceu vazio dois dias depois perto de Israel.
Em julho, o petroleiro United Emblem descarregou parte de sua carga de óleo do Curdistão para outro navio no Mar da China Meridional.
As ações judiciais nos EUA mostram que Bagdá está aumentando sua pressão jurídica e diplomática para impedir as exportações de petróleo do Curdistão, que os curdos dizem ser essenciais para financiar seus sonhos de independência em relação a Bagdá.