Mundo

Naufrágio no Mediterrâneo deixa 41 migrantes desaparecidos

Embarcação de metal virou devido ao mau tempo, após deixar o porto de Sfax

Naufrágio: embarcação partiu de Sfax, na Tunísia, em direção à Europa (Agence France-Presse/AFP)

Naufrágio: embarcação partiu de Sfax, na Tunísia, em direção à Europa (Agence France-Presse/AFP)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 9 de agosto de 2023 às 14h50.

Um total de 41 pessoas, incluindo três crianças, estão desaparecidas depois que uma embarcação que partiu de Sfax (Tunísia), com 45 migrantes a bordo, naufragou na semana passada, segundo o depoimento de quatro sobreviventes citados nesta quarta-feira, 9, pela ONU na Itália.

Em comunicado conjunto, as agências da ONU para refugiados (ACNUR), para a infância (Unicef) e para a migração (OIM) lamentaram este "terrível naufrágio ocorrido entre quinta-feira, 3, e sexta-feira, 4 de agosto, no Mediterrâneo".

Receba as notícias mais relevantes do Brasil e do mundo em primeira mão. Inscreva-se no Telegram da Exame

A embarcação de metal virou devido ao mau tempo na madrugada de sexta-feira, após deixar o porto de Sfax.

"Isso demonstra a absoluta falta de escrúpulos dos traficantes que, desta forma, expõem migrantes e refugiados a altíssimos riscos de morte no mar", denunciaram as três agências da ONU.

Os sobreviventes - um menor desacompanhado de 13 anos, uma mulher e dois homens - foram resgatados por um navio mercante e levados para Lampedusa pela Guarda Costeira italiana, disseram.

Os migrantes, originários da Guiné e da Costa do Marfim, sobreviveram flutuando em boias à deriva por vários dias e chegaram em bom estado de saúde, disse a Cruz Vermelha italiana, que administra o centro de recepção de migrantes.

A organização confirmou que, segundo os depoimentos, havia 45 pessoas na embarcação quando afundou. Nenhum dos desaparecidos era parente dos sobreviventes.

A Frontex, a agência de fronteira da UE, afirmou que um de seus aviões detectou "um barco à deriva com quatro pessoas a bordo" nas águas da Líbia na manhã de terça-feira e deu o alerta para que fossem resgatados.

A frágil embarcação de sete metros virou devido a uma grande onda, que jogou todos os passageiros no mar. Apenas 15 usavam coletes salva-vidas, mas mesmo assim se afogaram.

"O mar estava muito agitado (...). Embarcar com aquele mar é realmente criminoso. Os traficantes realmente não têm escrúpulos", denunciou o assessor de imprensa da OIM na Itália, Flavio Di Giacomo, entrevistado pela AFP nesta quarta-feira, 9.

"As embarcações de metal usadas são as mais frágeis que já vi no Mediterrâneo central", observou. "Os migrantes subsaarianos são obrigados a usar esses barcos 'low cost' que quebram após 20 ou 30 horas de navegação", lamentou.

Portanto, "é provável que haja muito mais naufrágios do que sabemos, esse é o meu maior medo", disse Di Giacomo.

Uma hipótese sustentada pelo grande número de corpos encontrados no mar na rota migratória entre a Tunísia e a Itália.

Este acidente se soma a vários naufrágios mortais registrados nos últimos dias após um período de mau tempo.

Acompanhe tudo sobre:Naufrágios

Mais de Mundo

Brasil está confiante de que Trump respeitará acordos firmados na cúpula do G20

Controle do Congresso dos EUA continua no ar três dias depois das eleições

China reforça internacionalização de eletrodomésticos para crescimento global do setor

Xiaomi SU7 atinge recorde de vendas em outubro e lidera mercado de carros elétricos