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Naufrágio na Tanzânia deixa mais de 120 mortos

Balsa "MV Nyerere" naufragou na quinta-feira com quase 200 passageiros a bordo - o dobro de sua capacidade - perto da ilha de Ukara

Mais de 120 pessoas morreram no naufrágio de quinta-feira de uma balsa na Tanzânia (Reuters TV/Reuters)

Mais de 120 pessoas morreram no naufrágio de quinta-feira de uma balsa na Tanzânia (Reuters TV/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de setembro de 2018 às 10h43.

Última atualização em 21 de setembro de 2018 às 11h02.

Ao menos 126 pessoas morreram no naufrágio de quinta-feira de uma balsa na Tanzânia, no lago Victoria, o maior da África, de acordo com um balanço atualizado após a retomada dos trabalhos de busca.

"No momento, lamentamos 126 mortos. As operações (de resgate) continuam", anunciou o ministro dos Transportes, Isack Kamwele.

A balsa "MV Nyerere" naufragou na quinta-feira com quase 200 passageiros a bordo - o dobro de sua capacidade - perto da ilha de Ukara, ao sul do lago.

A rádio pública TBC Taifa, que citou o comandante de polícia Simon Sirro, havia anunciado mais cedo um balanço de pelo menos 100 mortos.

"Continuamos recuperando corpos", disse o policial.

As operações de resgate foram suspensas durante a noite de quinta-feira e retomadas nesta sexta-feira

A embarcação também transportava mercadorias quando naufragou, perto do cais da ilha de Ukara.

A causa do acidente não foi determinada até o momento, mas naufrágios deste tipo são frequentemente atribuídos à sobrecarga.

De acordo com testemunhas citadas por um canal de televisão estatal, 200 pessoas subiram na balsa na ilha de Bugorora. Era um dia dedicado ao mercado e vários passageiros estavam com mercadorias.

"Não sei nada sobre meu pai e meu irmão mais novo, que estavam na balsa. Eles foram ao mercado de Bugorora para comprar uniformes do colégio e material escolar para o ano letivo", afirmou Domina Maua, uma das pessoas que procuravam informações sobre parentes.

Davita Ngenda, uma idosa de Ukara, recebeu a pior notícia possível.

"Meu filho está entre os corpos recuperados", declarou, sem conter as lágrimas. "Ele havia embarcado com a esposa, mas ela ainda não foi encontrada. Deus, o que eu fiz para merecer isto?", questionou.

Sebastian John, professor, afirmou que tragédias similares marcaram a vida das pessoas que moram perto do lago.

"Desde meu nascimento, muitas pessoas morreram em naufrágios neste lago. Mas o que podemos fazer? Não decidimos nascer aqui, não temos para onde ir", disse.

O presidente John Magufuli manifestou "profunda tristeza" com o desastre e pediu aos moradores que "permaneçam tranquilos em um momentos difícil".

A oposição acusou o governo de negligência.

"Muitas vezes alertamos para as condições ruins das balsas, mas o governo ignorou. Várias vezes denunciamos esta negligência", disse John Mnyika, líder do Chadema, principal partido de oposição.

Mnyika disse que sobrecarga na embarcação reflete "outra falha das autoridades" e criticou os trabalhos de resgate "insuficientes".

Há seis anos, 144 pessoas morreram ou foram consideradas desaparecidas quando uma balsa sobrecarregada naufragou na ilha de Zanzibar.

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