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Naufrágio deixa 79 mortos em feriado curdo no Iraque

A embarcação transportava famílias, entre eles 19 crianças, que se dirigiam para um complexo turístico de Mossul

Naufrágio no Iraque deixa mais de 70 mortos (REUTERS/Stringer/Reuters)

Naufrágio no Iraque deixa mais de 70 mortos (REUTERS/Stringer/Reuters)

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AFP

Publicado em 21 de março de 2019 às 16h39.

Última atualização em 21 de março de 2019 às 17h07.

Pelo menos 79 pessoas morreram nesta quinta-feira em um naufrágio de uma balsa no rio Tigre, em Mossul, no acidente mais letal no Iraque em anos, ocorrido em plena celebração da festa de Norouz, o ano novo curdo.

Este acidente gerou comoção na cidade, que tinha retomado há pouco tempo as comemorações das festas como o Norouz e outras saídas familiares pelas margens do rio, após passar três anos sob controle dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI).

O primeiro-ministro iraquiano Adel Abdel Mahdi se apresentou no local do acidente e no país se declarou luto nacional.

Segundo o general Saad Maan, porta-voz do Ministério do Interior, entre os mortos havia "19 crianças". Até agora, foram resgatados 55 sobreviventes, acrescentou o general Maan.

A embarcação transportava famílias e crianças que se dirigiam para um complexo turístico de Mossul, disse um funcionário que pediu anonimato.

"O barco naufragou porque tinha muitos passageiros a bordo, mais de cem", disse à AFP uma autoridade dos serviços de segurança em Mossul.

O grupo atravessava o rio rumo aos parques onde as famílias fazer o tradicional piquenique pela festa de Norouz, ano novo curso, um feriado nacional.

Após as chuvas significativas dos últimos dias, as autoridades abriram comportas para aliviar a pressão do nível do grande reservatório de Mossul e tinham alertado o público de que as margens do Tigre estavam mais perigosas com um nível de água mais elevado.

"Catástrofe"

"É uma catástrofe. Ninguém esperava isso", disse à AFP um joven que acabava de sair da água após conseguir chegar à margem. "Tinha tanta gente no barco, sobretudo mulheres e crianças", afirmou.

Nesta quinta, em vários vídeos publicados nas redes sociais, a corrente parecia forte e o nível da água mais elevado que normalmente.

Essas imagens mostravam dezenas de pessoas flutuando ou tentando flutuar em torno de um navio afundado em parte nas águas.

As operações de busca continuam ao longo de centenas de metros na margem do rio.

Na margem, centenas de pessoas se reuniram após a interrupção do dia de festa nesta área turística arborizada de Mossul, muito popular nos primeiros dias da primavera (boreal).

Ambulâncias e viaturas policiais entraram e saíram levando corpos e feridos para os hospitais da cidade, que tem cerca de 2 milhões de habitantes.

No necrotério, fotos das vítimas foram vistas nas paredes do local, principalmente mulheres e crianças, para que possam ser identificadas por famílias que não podem entrar por causa das multidões reunidas no local.

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