Emigrantes saem da Indonésia a bordo de barcos sobrecarregados e em mau estado para tentar chegar a Austrália e pedir asilo político (Aman Rochman/AFP)
Da Redação
Publicado em 3 de outubro de 2013 às 19h39.
Sydney - Um barco que transportava 170 pessoas, que provavelmente pediriam asilo na Austrália, afundou na costa sul da Indonésia, provocando o desaparecimento ou a morte de 60 delas, afirmou a mídia australiana na quarta-feira (horário local).
O mais recente acidente no mar ocorreu menos de uma semana depois que a Austrália fechou suas portas a eventuais refugiados ao assinar um acordo para enviar todos os barcos para Papua Nova Guiné para avaliação.
Cerca de 170 pessoas estavam a bordo do barco, que naufragou em meio ao mar revolto na noite desta terça-feira, afirmou o News Ltd. Mais de 100 pessoas, a maioria de Irã e Sri Lanka, foram resgatadas por pescadores na região durante a noite, disse.
A Autoridade de Segurança Marítima da Austrália (AMSA) confirmou que uma operação de resgate estava em andamento, sem fornecer mais informações.
"As autoridades indonésias estão coordenando o resgate. A AMSA não está envolvida nesta fase", disse uma porta-voz da AMSA.
A Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas) não estava imediatamente disponível para comentar o assunto.
A política para refugiados e a imigração são questões delicadas na Austrália, especialmente com a proximidade das eleições.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, anunciou novas medidas para conter o que tem sido descrito como um aumento dramático no número de barcos de refugiados que se aventuram em um trajeto perigoso desde a Indonésia.
Mais de 15 mil imigrantes chegaram de barco em território australiano para pedir asilo neste ano, iniciando um acalorado debate sobre a política para refugiados e levando a oposição a acusar o governo trabalhista de ser branco demais na proteção das fronteiras.
Esse número, no entanto, é pequeno em comparação às chegadas de refugiados em outras partes do mundo, e a nova política foi condenada por grupos de direitos humanos.