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Natura: Brasil não está pronto para incorporar discussão ambiental

Vice-presidente de sustentabilidade da empresa afirma que o empresariado brasileiro é míope por perseguir apenas objetivos econômicos

Marcelo Cardoso, no centro, com Alexandre Caldini, da Editora Abril e Heloisa Bedicks, do IBGC (Cláudio Rossi/EXAME.com)

Marcelo Cardoso, no centro, com Alexandre Caldini, da Editora Abril e Heloisa Bedicks, do IBGC (Cláudio Rossi/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2010 às 10h00.

São Paulo - Para o vice-presidente de sustentabilidade da Natura, Marcelo Cardoso, o Brasil ainda está longe de ser um país pronto para incorporar as discussões ambientais com eficiência no ambiente de negócios. "Falta muito, porque nossa lógica de desenvolvimento é bastante voltada apenas aos fins econômicos", afirmou.

Cardoso, que participou da premiação do Guia EXAME de Sustentabilidade, disse que o empresariado brasileiro ostenta uma miopia ao se voltar exclusivamente ao crescimento e desenvolvimento. "Falta construir uma visão estratégica de negócios em torno dos desafios socioambientais."

Do lado do governo também há deficiências, segundo o executivo da Natura. Para ele, há uma escassez de políticas públicas que estimulem práticas sustentáveis das empresas e da sociedade. "Deveria haver uma maior pressão para a criação de marcos regulatórios neste âmbito", disse.

O problema, de acordo com Cardoso, é o fato de que ainda há um pensamento predominante que acredita na perda de oportunidades de negócios ao se adotar práticas sustentáveis. "É justamente o contrário. Ao longo dos anos temos notado que o consumidor nos premia por causa dos nossos valores. Esta visão gera um valor econômico muito grande."

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