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'Não sou antivacina', diz Robert Kennedy Jr. no Senado americano

Nomeado por Trump, Kennedy defende segurança das vacinas e nega acusações de desinformação

Robert F. Kennedy Jr.: declaração sobre vacinas gera controvérsia no Senado dos EUA (Matthew Hatcher/AFP)

Robert F. Kennedy Jr.: declaração sobre vacinas gera controvérsia no Senado dos EUA (Matthew Hatcher/AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 29 de janeiro de 2025 às 16h55.

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Robert F. Kennedy Jr., nomeado pelo presidente Donald Trump como secretário de Saúde, declarou nesta quarta-feira, 29, perante o Senado dos EUA, que não é "antivacina", mas sim a favor da segurança, se distanciando de seu histórico de compartilhar desinformação sobre as vacinas.

Citando um livro que escreveu em 2014 perante os senadores que devem confirmá-lo no cargo, Kennedy disse: "A primeira linha deste livro diz 'Eu não sou antivacina', e a última linha diz 'Eu não sou antivacina'".

Se ratificado, o ex-advogado ambiental de 71 anos liderará uma pasta com mais de 80 mil funcionários e um orçamento de US$ 1,7 trilhão (quase R$ 10 trilhões na cotação atual), no momento em que cientistas alertam que a gripe aviária pode desencadear uma pandemia humana.

Seus críticos argumentam que ele não possui qualificações, citando suas declarações infundadas que ligam as vacinas infantis ao autismo ou que o vírus HIV não causa Aids. Ele também foi acusado de alimentar o movimento contra vacinas para sarampo em uma visita a Samoa, em 2019, meses antes de um surto mortal.

Críticas no Senado

"O Sr. Kennedy abraçou teorias da conspiração e charlatanismo, especialmente sobre a segurança e a eficácia das vacinas, e tornou o trabalho de sua vida semear dúvidas e desencorajar os pais a vacinarem seus filhos", considerou o senador democrata Ron Wyden na audiência.

"A imprensa afirma que sou antivacina e um anti-indústria. Não sou nem um nem outro, sou alguém a favor da segurança", respondeu Kennedy.

Na audiência, ele também abordou a questão do aborto e disse que apoiava o fim do financiamento de tais procedimentos nos Estados Unidos e no exterior.

"Concordo com o presidente Trump que todo aborto é uma tragédia. Concordo com ele que não podemos ser uma nação com moral se registrarmos 1,2 milhão de abortos por ano", disse, sem citar a fonte desta estatística.

O centro de pesquisa de saúde reprodutiva do Guttmacher Institute estima que houve cerca de 1 milhão de abortos nos EUA em 2023.

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