Ataque a ex-espião: Moscou disse que não demorará para tomar represálias perante as medidas impostas pelo Reino Unido após o incidente (Henry Nicholls/Reuters)
EFE
Publicado em 16 de março de 2018 às 18h23.
Londres - O embaixador russo no Reino Unido, Aleksandr Yakovenko, disse nesta sexta-feira que não existe "nenhuma prova" que demonstre que o ex-espião Sergei Skripal se encontre "gravemente doente".
Skripal, de 66 anos, e sua filha, Yulia, de 33, permanecem internados em "estado grave" após entrar em contato com um agente nervoso de fabricação russa no último dia 4 de março na cidade inglesa de Salisbury, segundo as autoridades britânicas.
Em declarações feitas hoje ao canal 4 da televisão britânica, Yakovenko pôs em dúvida a versão oficial dos fatos e indicou que não existe "nenhuma prova" que demonstre o estado de saúde no qual se encontra o ex-agente russo.
Além disso, qualificou a resposta do governo de Theresa May, que assinalou diretamente o presidente russo, Vladimir Putin, como responsável pelo ataque, como uma "flagrante provocação" à Rússia.
O embaixador considerou a investigação que está sendo realizada pela polícia britânica "pouco transparente e secreta" e acrescentou que a informação que se revela nos comunicados governamentais "não é suficiente" para eles.
Também indicou que não sabe quanto Moscou demorará para tomar represálias perante as medidas impostas pelo Reino Unido após o incidente, entre elas a expulsão de 23 diplomatas russos.
"A resposta do Reino Unido tem graves consequências para a relação entre os dois países", acrescentou.
Perguntado se considera May "uma mentirosa", Yakovenko afirmou apenas que gostaria de ver "suas declarações corroboradas por fatos".