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Não há lugar seguro para civis em Gaza, diz ONU

Mais de 500 pessoas foram mortas no enclave costeiro que tem um número estimado de 4.500 pessoas por quilômetro quadrado


	Ataque em Gaza: prioridade para as agências de apoio é a proteção de civis, o resgate e tratamento de feridos
 (Thomas Coex/AFP)

Ataque em Gaza: prioridade para as agências de apoio é a proteção de civis, o resgate e tratamento de feridos (Thomas Coex/AFP)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2014 às 11h50.

Genebra - Os palestinos na densamente povoada Faixa de Gaza não têm nenhum lugar para se esconder da ofensiva militar de Israel, e as crianças estão pagando o preço mais alto, disse a ONU nesta terça-feira.

"Literalmente, não há lugar seguro para os civis", afirmou Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha, em inglês), em entrevista coletiva em Genebra.

Mais de 500 pessoas foram mortas no enclave costeiro que tem um número estimado de 4.500 pessoas por quilômetro quadrado, disse Laerke. A prioridade para as agências de apoio é a proteção de civis, o resgate e tratamento de feridos.

Cerca de 500 casas foram destruídas por ataques aéreos israelenses e 100.000 pessoas buscaram abrigo em escolas da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina no Oriente Médio (Unrwa, em inglês) e precisam de comida, água e colchões, disse ele.

Israel começou os bombardeios aéreos sobre a Faixa de Gaza em 8 de julho, dizendo que queria acabar com os ataques com foguetes de militantes do Hamas, e lançou uma ofensiva terrestre na última quinta-feira. Israel voltou a atingir alvos na Faixa de Gaza nesta terça-feira, acabando com as esperanças de uma pausa nos combates. Na semana passada o Hamas rejeitou uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito.

Vinte e nove israelenses, 27 deles soldados, morreram.

A maioria das pessoas mortas até agora no conflito é de palestinos, incluindo 121 crianças e jovens de Gaza menores de 18 anos, que compõem um terço do total de mortes de civis, disse Juliette Touma, do Fundo das Nações Unidas para a Infância(Unicef).

Mais de 900 crianças palestinas também estão feridas, segundo a Unicef.

"De acordo com uma avaliação dos agentes humanitários no local, ao menos 107 mil crianças precisam de apoio psicológico para o trauma que estão enfrentando, com as mortes, ferimentos e a perda de suas casas", disse Laerke.

Mais de 1,2 milhão de pessoas no enclave não tem água ou tem apenas um acesso limitado à água, com redes de energia danificadas e falta de combustível para geradores, disse ele.

"Além disso, temos relatos de inundações com esgoto, o que é uma ameaça à saúde pública", disse ele.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) distribuiu comida e vale-alimentação para mais de 90.000 pessoas até agora durante o conflito, disse a porta-voz Elisabeth Byrs.

"Alimentos prontos para o consumo estão acabando em Gaza, já que o conflito já dura duas semanas e as necessidades estão aumentando", disse ela.

Suprimentos serão comprados localmente e também levados de helicóptero a partir de Dubai.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) disse que 18 unidades de saúde em Gaza foram danificadas, incluindo três hospitais.

"Há sérias preocupações com o abastecimento de materiais hospitalares, já que os estoques de medicamentos e produtos descartáveis estão seriamente reduzidos, tanto no hospital do Ministério da Saúde como nos de ONGs, devido ao grande número de vítimas e à escassez antes mesmo da escalada da violência", disse a porta-voz da OMS, Fadela Chaib.

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