Obama, sobre as medidas de imigração: "sei que alguns dos críticos desta medida a chamam anistia. Bom, não é" (Kevin Lamarque/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de novembro de 2014 às 07h55.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, defendeu que a regularização de mais de 5 milhões de imigrantes ilegais anunciada nesta quinta-feira não é uma anistia, como afirma a oposição republicana, mas uma medida "moderada e de bom senso".
"Sei que alguns dos críticos desta medida a chamam anistia. Bom, não é". "Anistia é o sistema migratório que temos atualmente, no qual milhões de pessoas vivem aqui sem pagar seus impostos, sem se submeter às nossas regras, em que os políticos usam este assunto para assustar os cidadãos e buscar votos", disse Obama em um discurso na Casa Branca.
O pacote de medidas unilaterais de Obama regulariza mais de 5 milhões de imigrantes ilegais, a maioria pais com filhos que são cidadãos americanos ou têm permissão de residência permanente no país, e é a maior ação deste tipo desde a decretada em 1986, pelo então presidente republicano, Ronald Reagan.
"Esperamos que as pessoas que vivem neste país sigam as normas (...). Por isso vamos lhes oferecer o seguinte tratamento: se você vive aqui há mais de cinco anos, se tem filhos que são cidadãos ou residentes legais, se não tem antecedentes criminais e está disposto a pagar seus impostos, poderá solicitar uma permissão temporária e sair das sombras", explicou o presidente.
Obama acrescentou que "este tratamento não está disponível para os que chegaram recentemente (depois janeiro de 2010), nem para os que possam chegar ilegalmente no futuro".
"Também não garante a cidadania, ou o direito à residência permanente, nem oferece as mesmas ajudas e subsídios que recebem os cidadãos, só o Congresso pode fazer isso. Tudo o que estamos dizendo é que não vamos deportá-los", detalhou.
Obama decidiu agir unilateralmente na questão migratória depois de esperar um ano para que os republicanos desbloqueassem no Congresso sua ambiciosa reforma migratória integral aprovada pelo Senado em junho de 2013.
"As ações que estou tomando não são apenas plenamente legais, são ações como as tomadas por cada um dos presidentes republicanos e democratas no último meio século".
"E para os membros do Congresso que questionam minha autoridade para aprimorar nosso sistema migratório, ou minha ação onde o Congresso não atuou, tenho uma resposta: aprovem a lei (a reforma migratória)", concluiu.
As medidas de Obama regularizam a cerca de metade dos 11,3 milhões de imigrantes ilegais que vivem no país, segundo os cálculos do governo, dos quais a maioria são latino-americanos, mais da metade mexicanos.