Lula e Trump (Getty Images)
Redator
Publicado em 29 de julho de 2025 às 14h00.
Última atualização em 29 de julho de 2025 às 14h49.
O governo de Donald Trump tem fechado as portas para o diálogo sobre as tarifas comerciais com o Brasil. Em meio a rumores de algumas empresas brasileiras que ameaçam focar suas produções nos EUA, o presidente Lula pediu nesta segunda-feira, 28, que o republicano "reflita sobre a importância do Brasil".
As tarifas comerciais começarão a valer em 1º de agosto. Se o Brasil não conseguir reverter o atual cenário, os produtos e matérias-primas exportados do país serão tributados em 50% pelos americanos.
Embora alguns países tenham avançado nos últimos dias, outros não conseguiram firmar acordos ainda.
Os Estados Unidos e a China entraram em acordo sobre uma "trégua tarifária" por mais 90 dias. Ela foi firmada depois que Trump anunciou o aumento das tarifas de produtos chineses para um mínimo de 145%, o que paralisou parte do comércio entre os países.
Agora, a Casa Branca e o lado chinês buscam entrar num entendimento sobre a tarifa-base de 30% contra os produtos chineses. Já o país asiático colocou taxas de 10% sobre os produtos americanos até segunda ordem.
A Índia negocia com os americanos uma redução das tarifas propostas para menos de 20%. Em contrapartida, o país asiático reduziria tarifas sobre produtos agrícolas oriundos dos EUA.
A Coreia do Sul disse que entregará um pacote comercial "mutuamente aceitável" para os americanos nos próximos dias. A proposta deverá incluir uma cooperação na construção naval. O país aposta na redução das tarifas de 25% que enfrenta atualmente.
Na América do Sul, a Argentina, do presidente Javier Milei, alinhado a Trump, ainda não formalizou um acordo, mas tenta reverter a imposição de tarifas sobre importação siderúrgica do país. O governo trabalha com a expectativa de ter tarifa zero sobre 80% do comércio bilateral, segundo o diário Clárin.
Dentre os países que não firmaram acordo com os EUA, o Brasil aparece como um dos maiores ameaçados, com uma taxação preliminar de 50%. Camboja (36%), Tailândia (36%), Canadá (35%), México (30%) e Coreia do Sul (25%) também aparecem entre as nações mais ameaçadas pelos americanos.
Depois de andar de lado na negociação, a União Europeia chegou a um acordo de 15% para a maioria dos produtos importados pelos EUA. O trato foi firmado entre Donald Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, neste domingo, 27, após quatro meses de negociações entre Washington e Bruxelas para pôr fim à guerra comercial. A UE concordou em investir US$ 600 bilhões nos EUA — US$ 150 bilhões apenas em energia.
Nas últimas semanas, o Japão fechou acordo de taxação comercial de 15% com os EUA, o Reino Unido firmou um acordo de 10%; o Vietnã 20%; a Indonésia 19%; as Filipinas 19%. Mais recentemente, a União Europeia se juntou ao bloco, com taxação de 15%.
Cerca de 200 países devem ser impactados pelas tarifas, mas o governo Trump indicou que está focado principalmente em menos de 20 grandes parceiros comerciais.