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Na Super Terça, Biden vence em estados do Sul e ultrapassa Sanders

O ex-vice de Barack Obama foi o grande vitorioso das primárias desta terça-feira, quando 14 estados votaram. Sanders venceu na populosa Califórnia

Joe Biden: vitória em nove estados da Super Terça (Mike Blake/Reuters)

Joe Biden: vitória em nove estados da Super Terça (Mike Blake/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 4 de março de 2020 às 06h24.

Última atualização em 4 de março de 2020 às 07h57.

São Paulo — Em poucas semanas, o ex-vice-presidente Joe Biden foi do inferno ao céu. Até então questionado nas primárias do Partido Democrata, Biden sagrou-se como o grande vencedor da Super Terça, ao vencer nove dos 14 estados americanos que foram às urnas nas prévias para escolher o candidato democrata à disputa presidencial.

À medida em que os resultados foram sendo apurados, na madrugada desta quarta-feira, 4, o padrão de vitória ficou mais claro. Biden venceu em uma série de estados do Sul do país, como no Texas, o segundo mais populoso do país. A vitória não foi com folga: com 93% das urnas apuradas até às 6h desta quarta-feira, Biden tem 33% dos votos contra 30%, mas a CNN projeta sua vitória. O pré-candidato, vice na gestão Barack Obama, ganhou também na Carolina do Norte, Virgínia, Minnesota, Maine, Oklahoma, Alabama, Tennessee e Arkansas.

Seu principal oponente, o senador Bernie Sanders, teve a maior vitória na Califórnia, o estado mais populoso e com maior número de delegados do país. Sanders havia perdido para a antiga oponente Hillary Clinton neste estado nas primárias de 2016 -- nas quais ele terminou não ganhando a nomeação democrata. Por isso, o comitê de campanha do candidato fez um esforço grande para ter presença forte na Califórnia mesmo antes da Super Terça. Sanders também venceu em seu estado natal, Vermont, no Colorado e em Utah.

Os bons resultados de Biden vieram ainda que ele tenha tido pouco tempo para campanha da Super Terça, na prática. Como o ex-vice não foi bem nas três primeiras votações (em Iowa, onde Sanders empatou na liderança, e em New Hampshire e Nevada, votações em que houve vitórias de Sanders), precisou investir seus esforços em vencer estados anteriores aos desta terça-feira. Deu certo com a Carolina do Sul, onde conseguiu vitória esmagadora neste fim de semana, fortalecendo sua candidatura para a Super Terça.

Biden conseguiu apoio sobretudo de eleitores mais velhos, negros e de subúrbios (bairros mais familiares e menos centrais na terminologia usada nos EUA). Sanders foi vencedor entre os jovens e entre os latinos. Os dois discursaram para multidões durante a apuração e se disseram confiantes. "As coisas estão parecendo muito boas", comemorou Biden em discurso à multidão em Los Angeles, na Califórnia. "Nesta noite, eu digo a vocês com absoluta confiança que vamos vencer a nomeação democrata e vamos derrotar o presidente mais perigoso da história deste país", disse Sanders em discurso a apoiadores, citando o presidente republicano, Donald Trump.

Agora, a corrida à candidatura democrata entra em sua reta final. Dos candidatos remanescentes, a quarta-feira deve já pode trazer algumas desistências. A senadora Elizabeth Warren, que, como Biden, teve resultado fraco nos primeiros estados, não conseguiu se recuperar e perdeu a Super Terça até mesmo em seu estado natal, Massachussetts. O bilionário Michael Bloomberg, embora tenha concentrado os esforços de campanha na Super Terça e não disputado votações anteriores, amargou o terceiro lugar em alguns estados, mas não venceu nenhum.

De 11 candidatos no começo das primárias, a Super Terça começou com somente seis. Depois da Carolina do Sul no fim de semana, a senadora Amy Klobuchar e o ex-prefeito em Indiana Pete Buttigieg já haviam saído da corrida e declararam apoio a Biden. Agora, na prática, podem restar apenas dois. Uma das vantagens de Sanders, até então, era a pulverização das candidaturas de centro, que dividiam votos entre si. A Super Terça, que já levou em conta essas desistências, pode ser um reflexo de que Biden herdou boa parte dos demais eleitores. Sanders, por sua vez, pode ganhar votos vindos de Warren.

A próxima votação acontece no próximo dia 10 de março, quando seis estados vão às urnas. Ao todo, faltam 32 estados até a convenção que decidirá o candidato oficial, em 13 de julho. A corrida de fato começa agora.

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