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Na ONU, Rajoy sela compromisso com Sahel

Rajoy garantiu colaboração espanhola para a iniciativa do secretário-geral da organização, Ban Ki-moon


	Assembleia da ONU: segundo Rajoy, os grupos terroristas que controlam o norte de Mali estão protagonizando assassinatos e sequestros
 (Eric Feferberg/AFP)

Assembleia da ONU: segundo Rajoy, os grupos terroristas que controlam o norte de Mali estão protagonizando assassinatos e sequestros (Eric Feferberg/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2012 às 18h13.

Nações Unidas - O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, afirmou nesta quarta-feira, perante à ONU, o total compromisso de seu país para solucionar a grave situação que a região do Sahel atravessa, mas ressaltou que todos os esforços internacionais na zona devem ser desenvolvidos sob liderança de países africanos.

No discurso que ofereceu na reunião de alto nível realizada nesta quarta-feira, na sede das Nações Unidas, Rajoy garantiu colaboração espanhola para a iniciativa do secretário-geral da organização, Ban Ki-moon. Na reunião estavam, entre outros, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o presidente da França, François Hollande.

O líder espanhol agradeceu Ban Ki-moon por considerar que a região necessita de atenção imediata e insistiu que, há muitos anos, a Espanha presta atenção na zona em questão. "Meu país não descobriu o Sahel com a crise", afirmou o presidente de governo.

Rajoy lembrou que a Espanha destinou mais de 160 milhões de euros para cooperação do desenvolvimento em Mali, 140 milhões de euros à Mauritânia, 110 milhões a Niger e quase 200 milhões para região do Sahel, canalizados mediante a Comunidade Econômica de Estados da África Ocidental (Cedeao).

Além disso, o presidente explicou que a Espanha tem uma cooperação consolidada com os países da região em matéria de segurança e participa da missão da União Europeia Eucap-Sahel, que luta contra o terrorismo na região e que é dirigida por um coronel espanhol.

"Quero renovar aqui o compromisso do meu país com o Sahel, principalmente quando as dificuldades na região fazem com que a cooperação seja mais do que necessária", disse.


O presidente do governo espanhol ainda disse que "os esforços da comunidade internacional só fazem sentido se essas nações estiverem sob liderança dos próprios países africanos".

Por tudo isso, Rajoy disse que acredita nos países da região, em particular Argélia, Mauritânia e Níger, que têm junto a suas fronteiras grupos terroristas que controlam o norte de Mali. O espanhol disse que esses três países têm que contribuir significativamente para a solução da crise.

Além disso, Rajoy desejou que a própria população de Mali consiga o restabelecimento da ordem constitucional com estabilidade e segurança.

O líder europeu descreveu a situação na região e explicou que a falta de alimentos e de desenvolvimento econômico no Sahel se uniram, nos últimos meses, a uma instabilidade política, com o golpe de estado em Bamaco, em março, e a grande deterioração da segurança.

Segundo Rajoy, os grupos terroristas que controlam o norte de Mali estão protagonizando assassinatos e sequestros, além do tráfico de drogas e armas, agindo com total desprezo aos direitos humanos.

Rajoy lamentou que a situação esteja fazendo com que milhares de pessoas se refugiem e se desloquem, propagando instabilidade em toda região.

"O Afeganistão, dos talibãs, nos ensinou que um território sem controle é um perigo para o conjunto da comunidade internacional", comentou.

O espanhol defendeu uma ação internacional coordenada que dê resposta a um problema comum a vários países e falou que é "indispensável" que a ONU seja protagonista.

Rajoy também assinalou que seu Conselho de Segurança deve amparar os esforços da União Africana, da Cedeao e do próprio governo de Bamaco para restabelecer a segurança e a integridade territorial de Mali.

O presidente do governo espanhol salientou que os problemas do Sahel excedem a fronteira de Mali e a estratégia que Ban Ki-moon apresentará em breve sobre o problema terá que servir para dar uma resposta integral à crise. 

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