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Na ONU, Irã acusa EUA de descumprir acordo nuclear

Para ele, a raiz do terrorismo sem fronteiras atual pode ser atribuída às estratégias de segurança desenvolvidas pelas grandes potências nos últimos 15 anos


	Hassan Rohani: ele disse que a falta de cumprimento dos compromissos representará uma "erosão da credibilidade" dos EUA
 (Mike Segar/Reuters)

Hassan Rohani: ele disse que a falta de cumprimento dos compromissos representará uma "erosão da credibilidade" dos EUA (Mike Segar/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 13h36.

Nações Unidas - O presidente do Irã, Hassan Rohani, criticou nesta quinta-feira, em discurso na Assembleia-Geral da ONU, a Arábia Saudita por divulgar uma "ideologia do ódio" e acusou os Estados Unidos de descumprir o acordo nuclear firmado entre o país e o Grupo 5+1 (EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha).

"Se o governo da Arábia Saudita é sério sobre sua visão para o desenvolvimento e a segurança regional, deve desistir de suas políticas divisórias, de propagar a ideologia do ódio e de pisotear os direitos de seus vizinhos", disse Rohani nas Nações Unidas.

O líder iraniano chamou a atenção para a difícil situação vivida em toda a região do Oriente Médio e afirmou que para amenizar a tensão é preciso que "certos países deixem de bombardear seus vizinhos e abandonem seu apoio a certos grupos terroristas".

Rohani citava a coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita no conflito do Iêmen e o apoio de Riad a certos grupos considerados como terroristas, algo que também é feito por Teerã.

O presidente do Irã, que começou seu discurso lembrando o 15º aniversário dos atentados de 11/9, defendeu que o século que começou com terror e violência em Nova York não pode continuar com competições hostis e conflitos crescentes no Oriente Médio.

Para ele, a raiz do terrorismo sem fronteiras atual pode ser atribuída às estratégias de segurança desenvolvidas pelas grandes potências nos últimos 15 anos. Rohani, inclusive, acusou alguns desses países de ter permitido e até mesmo apoiado grupos como o Estado Islâmico (EI), além de cometer agora atrocidades contra inocentes sob a "fantasia" de luta contra o terror.

"O discurso do ódio e da violência está se estendendo pelo Oriente Médio e o norte da África em uma velocidade incrível. Esta região está cercada em uma rede de políticas selvagens e destrutivas", criticou o líder iraniano.

Por isso, Rohani defendeu que os países da região devem se unir e se opor ao "sectarismo" e às tentativas de divisão religiosa.

"Os muçulmanos, sejam xiitas ou sunitas, viveram juntos durante séculos em harmonia e respeito mútuo. As tentativas de transformar diferenças religiosas em tensas confrontações têm sua origem nos interesses particulares de certos países, que tentam esconder sua busca por poder em slogans religiosos", disse Rohani.

O presidente do Irã, além disso, acusou os Estados Unidos de não estar cumprindo o pacto nuclear firmado em 2015. Nos últimos meses, Teerã tem reiterado que o governo americano deve suspender os bloqueios bancários que seguem afetando o país apesar do levantamento das sanções econômicas que acompanharam o acordo.

Rohani disse que a falta de cumprimento dos compromissos representará uma "erosão da credibilidade" dos EUA.

O líder iraniano também denunciou a ordem da Corte Suprema dos EUA, que determinou que US$ 2 bilhões de ativos iranianos congelados no país devem ser entregues aos familiares dos 241 fuzileiros navais mortos em 1983 em um ataque em Beirute. A ação, segundo os EUA, teria sido realizada por um grupo patrocinado por Teerã. EFE

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