Em resposta a Sin Son-ho, o Departamento de Estado dos EUA informou, por meio de um porta-voz, que "nossas sanções vão continuar" (REUTERS/Brendan McDermid)
Da Redação
Publicado em 21 de junho de 2013 às 18h34.
Nações Unidas - O embaixador da Coreia do Norte na ONU pediu nesta sexta-feira aos Estados Unidos que suspendam suas sanções econômicas ao país e aos membros da organização que não cumpram as sanções impostas pelo Conselho de Segurança por causa dos testes norte-coreanos com mísseis e armas atômicas.
"Solicito aos Estados Unidos que parem as sanções econômicas contra nós", disse Sin Son-ho numa rara entrevista coletiva na sede da ONU, em Nova York. Ele acrescentou que fez um apelo aos Estados membros para que não sigam "cegamente" as sanções da ONU contra Pyongyang que, segundo ele, equivalem a uma chantagem norte-americana.
O Conselho de Segurança da ONU já impôs várias sanções à Coreia do Norte por causa de três testes nucleares e numerosos testes com mísseis, incluindo um embargo à exportação e importação de tecnologia nuclear e de mísseis, e a proibição de todas as exportações bélicas. Além disso, Washington impôs suas próprias sanções unilaterais a Pyongyang.
O Departamento de Estado dos EUA informou, por meio de um porta-voz, que "nossas sanções vão continuar".
Sin, que falou em inglês, atribuiu aos Estados Unidos as tensões na península da Coreia, "em que não há nem paz nem guerra". "A questão mais premente é a agressão entre os EUA e a DRPC (sigla oficial da Coreia do Norte), que pode resultar em mais uma guerra a qualquer momento", afirmou.
Ele reiterou a proposta de uma discussão de alto escalão entre os EUA e a Coreia do Norte para estabelecer um tratado de paz definitivo, substituindo o armistício que encerrou a Guerra da Coreia em 1953. "O armistício coreano foi anulado pelos Estados Unidos", declarou.
O diplomata defendeu ainda a dissolução do Comando da ONU na Coreia do Sul, comandado pelos EUA, alegando que essas forças são "a raiz do mal" e estão "orientadas para a guerra, e não orientadas para a paz".
A última entrevista coletiva de Sin havia sido em junho de 2010, quando defendeu seu país das acusações sul-coreanas sobre o naufrágio de uma embarcação militar que matou 46 marinheiros.
Numa sala de imprensa lotada, Sin leu uma declaração por mais de meia hora, antes de responder a perguntas. Ele parecia jovial ao entrar na sala, ao contrário de seus dois acompanhantes norte-coreanos, que mantiveram o semblante carregado o tempo todo. "Senhoras e senhores, por que estão aqui hoje?", disse ele no início da sua fala.