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Na Cúpula em Belém, presidente da Colômbia propõe criação de tribunal de justiça amazônico

Chefe de estado colômbiano sugeriu também um tratado "militar e judicial" conjunto para fortalecer a cooperação na região

Cúpula da Amazônia: Petro também defendeu a reforma do sistema financeiro global (Henry Romero/Reuters)

Cúpula da Amazônia: Petro também defendeu a reforma do sistema financeiro global (Henry Romero/Reuters)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de agosto de 2023 às 13h49.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, propôs nesta terça-feira, 8, a formação de um tribunal de justiça ambiental multilateral para julgar crimes contra a Floresta Amazônica. A proposta foi feita durante discurso no âmbito da Cúpula da Amazônia, em Belém (PA).

Petro também sugeriu a formulação de um tratado "militar e judicial" conjunto para fortalecer a cooperação na região, inclusive em áreas como combate ao desmatamento.

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Defendeu ainda uma reforma do sistema financeiro global, que reduza a dependência da emissão de carbono. "O que o planeta está nos dizendo é que agora é o momento de mudar o sistema econômico - e muito, em profundidade", disse.

O líder colombiano criticou a exploração de hidrocarbonetos na região. "Se a floresta produz petróleo e isso está matando a Amazônia, passa a haver um efeito duplo: a floresta já não é mais esponja de CO2, ela também emite", ressaltou.

Crise

Petro recorreu à pauta ambiental para tentar deixar em casa uma crise política que ameaça seu governo.

Em seu discurso no evento, o presidente colombiano busca se distanciar de um escândalo interno. O filho mais velho dele, Nicolás Petro, acusou a campanha eleitoral do país de ter recebido dinheiro de um homem condenado por narcotráfico. A denúncia fez parte de uma delação ao Ministério Público do país, em investigação sobre suspeita de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.

Nicólas chegou a ser preso no final de julho, mas teve liberdade condicional concedida na semana passada. Em entrevista à revista Semana, ele disse ter se sentido "abandonado" pelo pai, que tentou se distanciar do caso. Nicolás, no entanto, negou enfaticamente que o presidente soubesse do dinheiro.

O episódio derrubou a popularidade de Gustavo Petro e gerou a abertura de uma Comissão de Investigação no Congresso colombiano que poderia acarretar em um processo de destituição.

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