Mundo

Na China, qualidade do ar já levou à suspensão de aulas e de trabalho presencial

No ano passado, segunda maior economia do mundo registrou piora na qualidade do ar depois de uma intensa luta contra a poluição

Retrato da poluição na capital Pequim (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Retrato da poluição na capital Pequim (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 10 de setembro de 2024 às 11h01.

Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 11h13.

O Brasil vem passando nas últimas semanas por problemas climáticos graves. Queimadas, secas, falta de chuva, qualidade do ar pior que o do deserto do Saara. Tudo parece sair de um filme distópico – mas, infelizmente, é a realidade.

As autoridades por aqui ainda tentam organizar ações e políticas para enfrentar essa crise, que veio para ficar.

E em outros países? Como nações importantes estão lidando com a crise climática?

No ano passado, a China, segunda maior economia do mundo e principal emissor de gases causadores do aquecimento global, registrou uma piora na qualidade do ar pela primeira vez desde 2013, quando o país lançou sua campanha de "guerra à poluição". 

O Centro de Pesquisa sobre Energia e Ar Limpos, CREA em sua sigla em inglês, uma instituição independente com sede na Finlândia, concluiu que 80% das capitais provinciais, incluindo Pequim, registraram níveis mais elevados de concentração de partículas PM2,5 em 2023 em relação ao ano anterior. A alta é explicada por "um aumento geral das emissões de origem humana", que se soma a "condições meteorológicas desfavoráveis", destaca o organismo.

Em 2023, a China suspendeu as drásticas medidas impostas contra a covid-19, que provocaram uma forte redução da atividade durante os três anos anteriores.

Uma exposição prolongada a níveis excessivos de concentração de partículas PM2,5 pode provocar doenças cardíacas, câncer de pulmão e infecções respiratórias.

O que as autoridades chinesas fizeram?

Em situações como essas, autoridades chinesas já tiveram que cancelar aulas, fechar vias expressas, aumentando a capacidade do transporte público em 15% e ordenando que os carros circulassem em dias alternados com base em suas placas algo semelhante ao nosso rodízio de veículos. Foi o que aconteceu na cidade portuária de Tianjin, a sudeste de Pequim, em 2016, por exemplo.

No mesmo ano, o Aeroporto Internacional Tianjin Binhai, um grande centro de carga aérea, suspendeu o serviço de domingo à noite até o meio da manhã de segunda-feira, resultando no cancelamento de 131 voos e 75 atrasos. O motivo? A poluição do ar.

Pequim também chegou a restringir o tráfego de automóveis, enquanto na província de Shandong, na costa de Tianjin, autoridades fecharam pedágios em quatro vias expressas em momentos de poluição extrema.

Outras medidas tomadas pelas cidades afetadas incluíram a suspensão de projetos de construção, o cancelamento de aulas para jardins de infância e escolas primárias e o fechamento ou redução da produção em algumas fábricas. A medida afetou 1.200 fábricas somente na capital chinesa.

Acompanhe tudo sobre:ClimaMudanças climáticasESG

Mais de Mundo

Putin sanciona lei que anula dívidas de quem assinar contrato com o Exército

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA