Agência de Notícias
Publicado em 26 de fevereiro de 2025 às 07h08.
O empresário Elon Musk, encarregado do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE) com o objetivo de reduzir os gastos públicos do governo americano, participará da primeira reunião de gabinete que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizará na Casa Branca nesta quarta-feira.
A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, disse em entrevista coletiva que, embora Musk não tenha a autoridade necessária para fazer parte do gabinete, participará da reunião para apresentar seus esforços para identificar "desperdícios, fraudes e abusos" nas várias agências governamentais.
Essa reunião ocorre em um cenário de tensões crescentes dentro do governo Trump. Alguns departamentos, como o de Estado, liderado por Marco Rubio, e o de Defesa, sob o comando de Pete Hegseth, instruíram seus funcionários a não obedecer às ordens dadas por Musk nos últimos dias.
Musk havia dado um ultimato aos funcionários públicos federais, que expirou à meia-noite, exigindo que eles justificassem seus empregos. Para isso, tiveram que responder a um e-mail enviado no sábado detalhando as tarefas realizadas na última semana, com o risco de serem demitidos se não o fizessem.
Na segunda-feira, ele disse que esses trabalhadores teriam outra chance de responder, mas reiterou que se não o fizessem, seriam demitidos.
A estratégia de Musk de cortar os gastos públicos enfrentou a oposição dos chefes de vários órgãos governamentais.
Especificamente, o FBI, o Departamento de Estado, o Pentágono e o Departamento de Segurança Nacional, entre outros, pediram a seus funcionários que não respondessem à mensagem, argumentando que a avaliação de seu desempenho é de responsabilidade exclusiva dos gerentes de cada agência.
O polêmico e-mail, enviado pelo Gabinete de Pessoal do Governo (OPM) com o assunto "O que você fez na semana passada?", exigia que os funcionários respondessem até a meia-noite com cinco "realizações" em seu cargo.
Essa iniciativa reflete o crescente poder que Musk adquiriu dentro do governo, o que provocou a rejeição de funcionários públicos, sindicatos e da oposição democrata, que denunciam o controle do empresário sobre as atividades e a falta de transparência.
Até agora, Musk tomou decisões drásticas, como o desmantelamento da Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID), o congelamento da ajuda humanitária dos EUA e a oferta de pacotes de indenização a funcionários públicos para incentivá-los a se demitir, sob a ameaça de demissão forçada para aqueles que não os aceitarem.