Pervez Musharraf: ontem, o Tribunal Superior de Islamabad ditou uma ordem de prisão que foi ignorada pelo ex-chefe do Exército, que fugiu da sede judicial e ficou foragido até hoje (Aamir Qureshi/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2013 às 12h34.
Islamabad - O ex-presidente golpista paquistanês Pervez Musharraf foi transferido nesta sexta-feira para um quartel policial de Islamabad, cidade na qual foi detido e posto sob prisão domiciliar, informou a imprensa local.
Segundo o jornal "Express", Musharraf foi transferido a uma dependência de convidados no quartel-general da Polícia de Islamabad por motivos de segurança, já que as autoridades temem por sua integridade devido às ameaças da insurgência talibã.
O ex-militar, que é acusado de terrorismo, foi transferido nesta manhã ao quartel policial, onde aguardará sua convocação a um tribunal antiterrorista na vizinha cidade de Rawalpindi, prevista para o próximo domingo.
De acordo com a fonte, o juiz que deve ouvir a declaração de Musharraf se encontra ausente e, por isso, que as autoridades decidiram manter o acusado sob custódia policial até a realização da audiência.
Ontem, o Tribunal Superior de Islamabad ditou uma ordem de prisão que foi ignorada pelo ex-chefe do Exército, que, apesar de estar na sala, fugiu da sede judicial para se refugiar em sua mansão situada nos arredores da capital, onde foi detido nesta sexta-feira.
A sucessão de causas abertas, ordens judiciais e recursos apresentados complicaram ao extremo a situação legal de Musharraf, que segue esperando um amparo do Supremo Tribunal para que suspenda a ordem de detenção ditada contra ele.
Esta é a primeira vez que os tribunais paquistaneses emitem uma ordem de prisão a um ex-chefe do poderoso estamento militar do país asiático, cuja atual cúpula guarda um escrupuloso silêncio sobre a situação de Musharraf.
A embaixada americana no país asiático emitiu hoje um comunicado no qual ressalta que "não tem posição alguma" sobre a situação de quem se transformou em grande aliado na "guerra contra o terror" lançada por Washington.
"Isto deve ser resolvido de acordo com a Constituição e leis do Paquistão", afirmava a nota diplomática americana.