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Museu exibe vídeo em que atores brincam em câmaras de gás

O vídeo, intitulado de "Jogo de Etiqueta", foi realizado em 1999 pelo reconhecido artista polonês Artur Zmijewski


	Meios de comunicação locais publicam hoje as críticas que este vídeo gerou em associações judaicas
 (Kacper Pempel/Reuters)

Meios de comunicação locais publicam hoje as críticas que este vídeo gerou em associações judaicas (Kacper Pempel/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de julho de 2015 às 15h02.

Varsóvia- O museu de Arte Contemporânea da Cracóvia (sul da Polônia) está no "olho do furacão" por mostrar um vídeo no qual atores brincam nus em uma câmara de gás, dentro de uma exposição temporária sobre o Holocausto e os campos de concentração patrocinada por Israel.

O vídeo, intitulado de "Jogo de Etiqueta", foi realizado em 1999 pelo reconhecido artista polonês Artur Zmijewski e é parte da mostra intitulada "Polônia-Israel-Alemanha: a experiência de Auschwitz", onde criadores destes três países apresentam sua visão sobre o impacto dos campos de extermínio nazistas na vida pública atual.

Meios de comunicação locais publicam hoje as críticas que este vídeo gerou em associações judaicas, entre elas o Congresso Judaico Mundial, que lamentou a banalização do drama que milhares de pessoas sofreram em Auschwitz-Birkenau.

"Estamos muito decepcionados pelo fato de um museu deste nível projetar um filme que causa um pesar extraordinário aos sobreviventes de Auschwitz e a muitos outros para quem o Holocausto não é uma simples passagem da história, mas uma advertência sobre os perigos do anti-semitismo, o ódio racial e a xenofobia", disse o presidente do Conselho Judeu Mundial, Ronald Lauder.

A primeira parte do polêmico vídeo mostra um grupo de pessoas brincando nuas em um apartamento, enquanto a segunda parte repete o jogo em uma antiga câmara de gás do campo de Auschwitz.

A obra de Zmijewski convida o espectador a refletir sobre os contrastes no comportamento que mostram as duas brincadeiras em diferentes cenários, segundo o próprio artista.

As críticas, às quais se somou a embaixada israelense na Polônia, fizeram com que os responsáveis do museu tenham limitado a visualização do filme a uma cabine especialmente construída.

Os responsáveis pelo museu rejeitam as críticas e explicam que "ver este filme como um insulto às vítimas dos campos de concentração é uma mal interpretação".

Esta não é a primeira vez que o vídeo de Zmijewski provoca polêmicas, já que em anteriores ocasiões sua presença em outras exposições internacionais gerou mal-estar e inclusive chegou a ser retirado de alguns museus. 

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