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Mursi volta a palácio presidencial do Egito após protestos

Líder islâmico deixou o palácio à medida que dezenas de milhares de manifestantes cercavam o local para protestar

Manifestantes protestam contra Mursi em frente do palácio presidencial em Cairo: houve confrontos dos manifestantes com a polícia (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

Manifestantes protestam contra Mursi em frente do palácio presidencial em Cairo: houve confrontos dos manifestantes com a polícia (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2012 às 07h47.

Cairo - O presidente do Egito, Mohamed Mursi, voltou ao trabalho nesta quarta-feira, apesar de vários manifestantes contrários à decisão dele de acelerar a aprovação de uma nova Constituição ainda estarem bloqueando o portão do palácio presidencial.

O líder islâmico deixou o palácio no distrito de Heliópolis, no norte do Cairo, na terça-feira à tarde, à medida que dezenas de milhares de manifestantes cercavam o local para protestar. Houve confrontos dos manifestantes com a polícia.

Uma fonte da Presidência disse que Mursi estava de volta ao trabalho no palácio, apesar de cerca de 200 manifestantes terem passado a madrugada acampados do lado de fora. O trânsito estava fluindo normalmente na área e a polícia deixou o local, disse uma testemunha à Reuters.

O restante da capital egípcia estava calmo, apesar da tempestade política em consequência do decreto emitido por Mursi em 22 de novembro ampliando seus poderes e tornando suas decisões incontestáveis na Justiça.

Grupos de oposição acusam Mursi de se apropriar ditatorialmente de poderes para impor a nova Constituição, redigida por uma assembleia dominada por políticos islâmicos. A Constituição será promulgada se for aprovada num referendo na semana que vem.

"Nossas marchas são contra a tirania e o decreto constitucional nulo, e não vamos recuar da nossa posição até que nossas exigências sejam atendidas", disse Hussein Abdel Ghany, porta-voz de uma coalizão oposicionista formada por liberais, esquerdistas e outras facções.

O Ministério da Saúde informou que 18 pessoas ficaram feridas nos confrontos de terça. A polícia usou gás lacrimogêneo quando os manifestantes quebraram as barricadas e chegaram aos muros do palácio.

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