Mundo

Mursi será julgado por revelar segredos de Estado ao Catar

Mursi e os outros dez acusados também serão julgados por revelar segredos de segurança nacional a Al Jazeera, seguindo instruções da Irmandade Muçulmana


	Mohamed Mursi: ex-presidente egípcio deixou o cargo em 3 de julho de 2013
 (AFP)

Mohamed Mursi: ex-presidente egípcio deixou o cargo em 3 de julho de 2013 (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2014 às 09h39.

Cairo - O procurador-geral do Egito, Hisham Barakat, determinou neste sábado que o ex-presidente islamita, Mohammed Mursi, e outras dez pessoas compareçam diante do Tribunal Penal do Cairo acusados de revelar segredos de segurança nacional ao Catar.

Em um comunicado, a Procuradoria Geral acrescentou que Mursi e os outros dez acusados também serão julgados por revelar segredos de segurança nacional ao canal de televisão Al Jazeera, do Catar, seguindo instruções da Irmandade Muçulmana.

A nota acrescentou que o presidente deposto se beneficiou de seu posto e, com a ajuda do diretor de seu gabinete, Ahmed Abdelati, entregou documentos confidenciais ao Catar e a Al Jazeera por meio de oito espiões em troca de US$ 1 milhão.

As investigações descobriram 'fatos vergonhosos que constituem uma grande conspiração e traição por parte da Irmandade Muçulmana à pátria mediante uma rede espiões', segundo o comunicado.

Além disso, a Procuradoria-Geral denunciou que Mursi se aproveitou da posição de presidente para designar alguns membros da Irmandade Muçulmana para postos importantes da presidência, entre eles Abdelati e seu secretário privado, Amin al Sayerfi.

Após o aumento das críticas contra Mursi e o descontentamento popular em relação à Irmandade Muçulmana, o grupo deu instruções para que Mursi vazasse os documentos confidenciais ao Catar e a Al Jazeera, acrescentou a nota.

Entre os documentos estão relatórios estratégicos sobre as Forças Armadas egípcias e os lugares onde estão desdobradas, assim como a natureza de seu armamento.

Além disso, também foram enviados documentos sobre as políticas interna e externa do país, e outros textos de órgãos importantes, como o serviço secreto, o Departamento de Segurança Nacional e o Ministério de Defesa.

As relações entre Egito e Catar se deterioraram desde a destituição de Mursi em 3 de julho de 2013, em função ao apoio do emirado à Irmandade Muçulmana.

Mursi - antigo dirigente do grupo- foi deposto pelo exército após vários dias de grandes protestos que pediam a realização de eleições presidenciais antecipadas.

O ex-mandatário está sendo processado por seu suposto envolvimento na morte de manifestantes, espionagem e por sua fuga da prisão de Wadi Natrun, em 2011. Outros líderes da Irmandade Muçulmana serão julgados pelos mesmos motivos. 

Acompanhe tudo sobre:ÁfricaAl JazeeraCatarEgitoEmpresasIrmandade MuçulmanaMohamed MursiPolíticos

Mais de Mundo

Sobe para 25 o número de mortos em explosões de walkie-talkies do Hezbollah

Exército do Líbano detona dispositivos de comunicação 'suspeitos' após onda de explosões

Parlamento Europeu reconhece Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela

Colômbia suspende diálogo com ELN após ataque a base militar