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Mursi insiste que é o presidente legítimo do Egito

Durante a leitura das acusações na sede da Academia de Polícia do Cairo, Mursi afirmou que ele é um preso político, não um detido a mais


	Mohamed Mursi: o presidente deposto que chegou ontem de helicóptero à Academia de Polícia, apareceu perante o tribunal com o uniforme branco de detido provisório (AFP)

Mohamed Mursi: o presidente deposto que chegou ontem de helicóptero à Academia de Polícia, apareceu perante o tribunal com o uniforme branco de detido provisório (AFP)

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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2014 às 10h58.

Cairo - O deposto Mohammed Mursi insistiu nesta terça-feira de que é o "presidente legítimo" do Egito e que não reconhece o tribunal que o processa, durante a primeira sessão do julgamento por sua fuga da prisão durante a revolução de 2011.

Durante a leitura das acusações na sede da Academia de Polícia do Cairo, onde é realizado o processo, Mursi afirmou que ele é um preso político, não um detido a mais.

"Sabe o senhor quem sou eu? Sou o presidente legítimo deste país", disse o ex-mandatário à Corte, para acrescentar que o julgamento que está sendo realizado contra si não é legal.

Após o discurso de Mursi, o juiz Shaban al Shami, o questionou. "Quem é você? Pois eu sou o chefe da Corte Penal".

Enquanto isso, o resto dos acusados presentes na audiência, 20 membros e dirigentes da Irmandade Muçulmana, gritavam "Abaixo o Governo militar!".

Mursi, que chegou ontem de helicóptero à Academia de Polícia, apareceu perante o tribunal com o uniforme branco de detido provisório.

O acusado se negou a entrar no cubículo à prova de som que haviam preparado para evitar que interrompesse suas declarações, como fez durante seu comparecimento em 4 de novembro em outro caso.

A sessão do julgamento não foi transmitida ao vivo como foi anunciado a princípio, e a televisão oficial só divulgou pedaços do julgamento com horas de atraso.


É a segunda vez desde sua destituição em 3 de julho que são vistas imagens de Mursi, embora ao contrário da anterior, durante a primeira sessão do julgamento por seu suposto envolvimento no assassinato de manifestantes, agora sim vestiu o uniforme branco de preso e não uma roupa qualquer.

Além de Mursi, também estão sendo julgadas -embora a maioria à revelia- outras 130 pessoas, entre elas membros do grupo palestino Hamas e do libanês Hezbollah, além da confraria.

O julgamento é realizado no meio de um forte dispositivo de segurança e com a presença de 20 acusados, já que contra o resto há uma ordem de busca e captura.

As acusações incluem o sequestro e assassinato de policiais, o uso de armas para resistir ao regime egípcio, atos de hostilidade para pôr em perigo a integridade do país e sua unidade territorial e do assassinato de oficiais e membros da Polícia.

Outros acusações são o incêndio de edifícios do Governo e da Polícia, ataque e saque das prisões e a ajuda a presos para que escapem de prisão.

Mursi enfrenta outras três causas judiciais, acusado da morte de manifestantes em dezembro de 2012, de revelar segredos de Estado e conspirar para perpetrar atentados terroristas no Egito, e de insultar o Poder Judiciário. 

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