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Mursi diz que foi sequestrado por militares antes de deposto

Advogado Mohamed Damati leu na televisão o que disse ser uma carta do líder islâmico, que ainda está preso, para o povo egípcio


	Apoiadores de Mohamed Mursi: "o amável povo egípcio tem de saber que eu era mantido sequestrado à força e contra minha vontade desde 2 de julho até 5 de julho em uma casa da Guarda Republicana"
 (Asmaa Waguih/Reuters)

Apoiadores de Mohamed Mursi: "o amável povo egípcio tem de saber que eu era mantido sequestrado à força e contra minha vontade desde 2 de julho até 5 de julho em uma casa da Guarda Republicana" (Asmaa Waguih/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2013 às 10h46.

Cairo - O presidente egípcio deposto Mohamed Mursi disse nesta quarta-feira que foi sequestrado pela Guarda Republicana e mantido em uma base naval um dia antes de ter sido formalmente destituído do poder pelos militares.

Havia poucos detalhes sobre o paradeiro de Mursi desde que o comandante do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi, o derrubou e anunciou planos para novas eleições.

O advogado Mohamed Damati leu na televisão o que disse ser uma carta do líder islâmico, que ainda está preso, para o povo egípcio.

Pela primeira vez Mursi indicou que estava sendo mantido aprisionado contra sua vontade já em 2 de julho, um dia antes de o Exército ter anunciado a remoção dele do poder, depois de manifestações em massa contra o governo.

"O amável povo egípcio tem de saber que eu era mantido sequestrado à força e contra minha vontade desde 2 de julho até 5 de julho em uma casa da Guarda Republicana, até que eu e meu assessor fôssemos removidos, novamente à força, para uma base naval das Forças Armadas por quatro meses inteiros", disse Mursi, de acordo com a carta.

A Guarda Republicana é uma unidade militar de elite que protege o palácio presidencial e outros prédios do governo.

Mursi e outros islamistas apareceram em 4 de novembro em um tribunal para responder a acusações de incitar a violência, relacionadas com a morte de dezenas de manifestantes diante do palácio presidencial, em dezembro. Os acusados são, na maioria, membros da Irmandade Muçulmana, grupo de Mursi.

A divulgação da carta foi a primeira vez, fora de tribunais, que as autoridades permitiram a Mursi contar sua história. Ele acusa o Exército de ter dado um golpe.


"O Egito não vai se recuperar até que tudo o que ocorreu por causa desse golpe desapareça... e haja a responsabilização de todos aqueles que derramaram por toda a parte o sangue da nação", afirmou Mursi.

"Eu saúdo o povo egípcio que se levantou contra esse golpe, que cairá pelo poder do povo egípcio em sua luta abençoada em nome dos direitos e das liberdades." As forças de segurança desencadearam uma ação repressiva contra a Irmandade, que venceu todas as eleições desde que um levante popular derrubou o presidente autocrata Hosni Mubarak, em 2011.

Centenas de pessoas foram mortas e milhares, presas, incluindo os líderes da Irmandade. Uma corte baniu o grupo.

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