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Mundo sofreu menos atentados em 2016, mas EI ampliou seu alcance

O relatório anual sobre o terrorismo no mundo acusa o Irã de ser o "principal país patrocinador" do terrorismo no mundo

EI: "O Estado Islâmico seguiu segundo a ameaça terrorista mais potente à segurança global" (Dado Ruvic/Reuters)

EI: "O Estado Islâmico seguiu segundo a ameaça terrorista mais potente à segurança global" (Dado Ruvic/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de julho de 2017 às 18h51.

Washington - O mundo registrou 9% menos ataques terroristas em nível global em 2016 em relação a 2015, mas o grupo Estado Islâmico (EI) ampliou a quantidade e o alcance de seus atentados para muito além de seus redutos no Iraque e na Síria, segundo um documento publicado nesta quarta-feira pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos.

O relatório anual sobre o terrorismo no mundo acusa o Irã de ser o "principal país patrocinador" do terrorismo no mundo e volta a incluir o país, ao lado da Síria e do Sudão, em uma lista que representa a imposição de sanções por parte do governo americano.

"O Estado Islâmico seguiu segundo a ameaça terrorista mais potente à segurança global, com oito filiais reconhecidas e numerosas redes não declaradas que operam fora da principal concentração do grupo no Iraque e na Síria", indica o relatório.

Os membros do EI foram responsáveis pelo maior número de ataques e mortes em 2016, com 20% mais atentados e 69% mais vítimas no Iraque em 2015. O grupo conseguiu realizar ações em 20 países no ano passado graças as suas filiais, que têm especial força na África Ocidental, Afeganistão, Paquistão, Egito, Líbia e Iêmen.

"Apesar disso, o EI perdeu quase um quarto do território que controlava na Síria e no Iraque desde o começo do ano e ficou no seu ponto mais baixo quanto à força no campo de batalha desde pelo menos 2014, graças aos esforços da coalizão internacional liderada pelos EUA", explica o relatório.

Na Europa, o EI realizou ataques contra "objetivos simbólicos e espaços públicos", segundo o Departamento de Estado, que citou o atropelamento de centenas de pessoas em Nice, na França, em julho do ano passado, e os ataques contra uma feira de Natal em Berlim.

Os EUA calculam que 30% dos combatentes procedentes de países da União Europeia que tinham se unido ao EI na Síria e no Iraque voltaram para casa e que, em 2016, houve "significativamente" menos cidadãos da Europa Ocidental e dos Balcãs que entraram no grupo.

Segundo o relatório, foram registrados 11.072 atentados terroristas no mundo em 2016, provocando 25.600 mortos, o que representa uma queda de 9% nos ataques e de 13% nas vítimas mortais em relação a 2015.

"A queda nos ataques se deve principalmente à redução dos atentados e das mortes no Afeganistão, Síria, Nigéria, Paquistão e Iêmen", de acordo com o relatório, que destacou, no entanto, aumentos em outros países como Iraque, Turquia, Somália, Sudão do Sul e a República Democrática do Congo.

Em 2016, houve ataques terroristas em 104 países do mundo, mas 55% deles se concentraram em apenas cinco: Iraque, Afeganistão, Paquistão, a Índia e a Filipinas. De acordo com o Departamento de Estado, 75% das mortes ocorreram no Iraque, Afeganistão, Paquistão, a Síria e Nigéria.

O Irã, o Sudão e a Síria estão mais uma vez na lista de países patrocinadores do terrorismo do Departamento de Estado, o que representa a possibilidade de impor sanções como a proibição de venda e exportação de armas, e veto à ajuda econômica.

"O Irã seguiu sendo o principal Estado patrocinador do terrorismo em 2016, e os grupos apoiados pelo país mantiveram sua capacidade de ameaçar os interesses dos EUA e seus aliados", indica o documento.

A Unidade de Elite e Operações Internacionais da Guarda Revolucionária do Irã, disse o Departamento de Estado, continuou tendo um "papel desestabilizador" em conflitos militares no Iraque, na Síria e no Iêmen. Além disso, segundo o governo americano, o Irã segue trabalhando ao lado da milícia libanesa Hezbollah em favor do regime do presidente sírio Bashar al Assad.

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