Mundo

Mundo se mobiliza para socorrer Filipinas em ruínas

Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália e Nações Unidas mobilizaram ajuda enquanto a escala da devastação continuava a crescer

Ajuda às Filipinas deixa aeroproto de Frankfurt em 10 de novembro de 2013 (Fredrik Von Erichsen/AFP)

Ajuda às Filipinas deixa aeroproto de Frankfurt em 10 de novembro de 2013 (Fredrik Von Erichsen/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2013 às 21h23.

Manila - Estados Unidos, Grã-Bretanha, Austrália e Nações Unidas mobilizaram ajuda de emergência para as Filipinas enquanto a escala da devastação provocada pelo supertufão Haiyan continuava a crescer.

O Pentágono enviou Marines e equipamento, enquanto a Grã-Bretanha mandou um navio e um avião de transporte para ajudar nos esforços de ajuda em seguida ao tufão, que pode ter matado mais de 10.000 pessoas no país.

Até mesmo o Vietnã, apesar de estar envolvido em um programa de evacuação em massa quando o tufão Haiyan passou por seu território nesta segunda-feira, enviou ajuda de emergência estimada em US$ 100 mil e anunciou que "está junto do povo filipino nesta difícil situação".

A operação de assistência se concentrou na cidade de Tacloban, na ilha de Leyte, quatro dias depois que uma das maiores tempestades já registradas na História deixou em ruínas comunidades inteiras em toda a região central das Filipinas e, um número incontável de corpos em seu rastro.

Cumprindo a promessa de ajuda rápida feita pelo presidente americano, Barack Obama, cerca de 90 Marines e marinheiros baseados no Japão voaram para Tacloban a bordo de dois aviões de transporte Hércules C-130, depois de ter uma visão geral da imensa escala de destruição em Leyte.

Eles levaram equipamento logístico e de comunicação para ajudar as forças armadas filipinas em sua operação de assistência.

"Vamos mover as coisas enquanto eles dirigem, como (pediram) o governo e as forças armadas filipinas", disse em Tacloban o general Paul Kennedy, comandante da Terceira Brigada Expedicionária dos Marines, sediada em Okinawa, Japão.

Os homens de Kennedy estavam na vanguarda de uma operação dos Marines, que no total somam até nove aviões C-130 e quatro aeronaves MV-22 Ospreys, aviões com rotores capazes de decolar e pousar sem a necessidade de uma pista de pouso, além de duas aeronaves P3 Orion de busca e resgate.


"Isto é o que eu faço, eu trago forças que não são residentes aqui", disse Kennedy à imprensa.

Mais tarde nesta segunda-feira, os Marines anunciaram que enviariam mais 90 homens com a missão de auxiliar nas atividades de assistência em solo.

O destróier britânico HMS Daring será deslocado para as Filipinas "à toda velocidade" de sua localização atual, em Cingapura, e se unirá ao avião de transporte C-17 da Força Aérea Real, anunciou em Londres o premier David Cameron.

A Grã-Bretanha também enviará ajuda de 10 milhões de libras (12 milhões de euros).

O governo australiano prometeu enviar 10 milhões de dólares australianos (US$ 9,38 milhões), e a ministra das Relações Exteriores do país, Julie Bishop, descreveu a tragédia como "absolutamente devastadora" e em uma "escala maciça".

A ajuda inclui lona impermeabilizada, sacos de dormir, mosquiteiros, contêineres de água, assim como kits de saúde e higiene.

Uma equipe de médicos australianos partirá na quarta-feira a bordo de aviões de transporte militar C-17 de Darwin para se unir a especialistas em desastres que já estão no local, informou o governo.

O Canadá anunciou o envio de uma equipe com entre 35 a 50 socorristas militares a bordo de um avião C-17 para participar das operações de emergência.

Os socorristas "partirão na noite desta segunda-feira, com seus equipamentos, a bordo de um C-17" da Força Aérea Canadense, informou o ministro das Relações Exteriores, John Baird. "Também enviamos o que faz falta imediatamente", especialmente alimentos e barracas.

Equipes de resgate filipinas estavam sobrecarregadas nos esforços de ajudar àqueles que tiveram casas destruídas depois que o tufão Haiyan varreu grandes faixas do arquipélago na sexta-feira.

Autoridades lutavam para dar conta da escala de morte e destruição, com informes de violentos saques e escassez de comida, água potável e abrigo.


O secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon prometeu que as agências humanitárias da ONU responderiam "rapidamente para ajudar às pessoas necessitadas".

John Ging, diretor de operações humanitárias da ONU, disse que os Estados Unidos pedirão ajuda internacional significativa para ajudar as vítimas nesta terça-feira.

A secretária da ONU para assuntos humanitários Valerie Amos era esperada em Manila para conduzir uma operação de assistência conjunta entre as Nações Unidas e grupos privados.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) informou que um navio cargueiro com 60 toneladas de ajuda, inclusive abrigo e remédios, chegaria na terça-feira às Filipinas, seguido de kits para purificação da água e equipamento sanitário.

A agência de refugiados da ONU (Acnur) também está organizando um transporte aéreo com kits de higiene contendo produtos básicos, como sabão, cobertores e roupas íntimas.

"O nível de destruição que vemos é absolutamente inacreditável", disse Antonio Guterres, diretor do Acnur.

Embora esta agência atenda normalmente situações de conflito, a natureza excepcional da tragédia nas Filipinas exigia "todos os esforços possíveis e nós faremos a nossa parte", afirmou Guterres.

O balanço de mortos permanece difícil de determinar, devido ao caos provocado pelo tufão e o isolamento de várias regiões, das quais ainda não se teve notícias.

Um alto funcionário da polícia de Tacloban, Elmer Soria, evocou no domingo um balanço de 10.000 mortos em Leyte. O governo de Samar, onde o tufão tocou terra, confirmou a morte de 433 pessoas, um balanço provavelmente subestimado.

Em outros povoados e províncias devastados por Haiyan também se anunciou a morte de dezenas de pessoas.

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaDesastres naturaisFilipinasTufões

Mais de Mundo

Eleições no Uruguai: Mujica vira 'principal estrategista' da campanha da esquerda

Israel deixa 19 mortos em novo bombardeio no centro de Beirute

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo