Protesto: manifestações acontecem no país desde o fim de abril (Milan Kammermayer/Reuters)
AFP
Publicado em 23 de junho de 2019 às 15h14.
Uma manifestação reuniu neste domingo cerca de 250 mil pessoas em Praga, segundo os organizadores e a imprensa local, para pedir a renúncia do premier tcheco, Andrej Babis, suspeito de fraude, no maior protesto no país desde a queda do comunismo, em 1989.
A mobilização foi organizada por Mikulas Minar, reponsável pela ONG Um Milhão de Momentos para a Democracia.
Os participantes se dirigiram simbolicamente até a esplanada de Letna, lugar memorável de protestos gigantescos contra o antigo regime totalitário em 1989, em que o dramaturgo e dissidente Vaclav Havel, futuro presidente, dirigia-se à multidão.
Babis, 64, segunda maior fortuna do país e fundador do gigante agroalimentar Agrofert, foi investigado no ano passado em um caso de suposto desvio de 2 milhão de euros de fundos europeus.
Ele também estaria envolvido em uma situação de conflito de interesse entre suas atividades políticas e seus negócios, segundo rascunhos de relatórios da Comissão Europeia cujos trechos foram publicados pela imprensa local.
O premier nega envolvimento nesta situação de conflito de interesses e aponta erros nos documentos, que, segundo ele, são ataques a seu país.
Babis também é criticado por sua filiação ao Partido Comunista antes de 1989 e sua suposta colaboração com a polícia secreta do antigo regime. Na mobilização de hoje, entre bandeiras tchecas e europeias, cartazes diziam "Babis, renuncie!", "Tenho vergonha do meu premier" e "Basta!".
Uma série de protestos contra o premier são organizados na capital e em outras localidades do país desde o fim de abril.