Com uma bandeira da Síria ao fundo, manifestantes queimam uma dos EUA em protesto (Louai Beshara/AFP)
Da Redação
Publicado em 11 de julho de 2011 às 12h13.
Damasco- Uma multidão enfurecida atacou nesta segunda-feira a embaixada dos Estados Unidos na capital da Síria após um fim de semana de crescentes tensões entre Washington e Damasco, informou uma fonte da embaixada à AFP.
"Hoje ocorreu o ataque de uma multidão contra a embaixada dos EUA", afirmou, acrescentando que o prédio sofreu alguns danos e que o grupo então se moveu em direção à residência do embaixador.
O ataque ocorre quatro dias após a visita dos embaixador americano Robert Ford à cidade de Hama, palco de manifestações contra o presidente sírio, Bashar al-Assad, o que provocou indignação em Damasco.
A fonte da embaixada afirmou que "nenhum funcionário foi ferido" e que não estiveram em "perigo iminente", embora o "governo sírio tenha sido lento em responder com medidas de segurança adicionais necessárias".
"O governo sírio garantiu que irá prover a proteção requerida sob a Convenção de Viena e nós esperamos que faça isso", disse.
A fonte acrescentou ainda que uma rede de televisão fortemente influenciada pelas autoridades "encorajou este demonstração violenta", que ocorreu após protestos na embaixada dos EUA na sexta-feira e no sábado que pediam a renúncia do embaixador.
Um funcionário americano acusou no domingo Damasco de orquestrar os protestos em relação à viagem de Ford para Hama, que, segundo as autoridades sírias, demonstrou uma "interferência flagrante" nos "problemas domésticos" do país árabe.
Ford e o embaixador francês Eric Chevallier visitaram Hama na quinta-feira em meio a temores sobre uma ofensiva sangrenta realizada por parte das forças de Assad após as orações de sexta-feira, com tanques cercando a cidade.
Nos últimos meses, tem ocorrido uma escalada de tensões entre Damasco e Washington relacionada à resposta feroz dada pelo governo sírio aos protestos da oposição, que busca derrubar Assad.
As forças de segurança mataram pelo menos 15 pessoas no país na sexta-feira e prenderam mais de 200, segundo ativistas, embora nenhuma morte tenha sido registrada em Hama.
Grupos de direitos humanos afirmam que desde o início dos protestos contra o regime, em meados de março, as forças de segurança mataram mais de 1.300 civis e prenderam pelo menos 12 mil.