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Mulheres tomam as rédeas dos grandes partidos da Alemanha

Annegret Kramp-Karrenbauer será a secretária-geral da União Democrata-Cristã (CDU) e Andrea Nahles a líder do Partido Social-Democrata (SPD)

Alemanha: as líderes têm a mesma convicção de que as cotas para mulheres são um instrumento adequado para avançar na igualdade de gênero (Hannibal Hanschke/Reuters)

Alemanha: as líderes têm a mesma convicção de que as cotas para mulheres são um instrumento adequado para avançar na igualdade de gênero (Hannibal Hanschke/Reuters)

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EFE

Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 06h45.

Berlim - A escolha de Annegret Kramp-Karrenbauer como secretária-geral da União Democrata-Cristã (CDU), partido presidido por Angela Merkel, e a possível nomeação de Andrea Nahles como líder do Partido Social-Democrata (SPD) deixa as rédeas dos dois maiores partidos da Alemanha nas mãos de mulheres.

Merkel, de 63 anos, chegou à presidência do CDU em 2000 e, prestes a começar sua quarta legislatura como chanceler, optou por colocar como número dois do partido Annegret, que assume uma posição chave na corrida para a sucessão.

Com 55 anos, a nova secretária-geral do CDU, conhecida como AKK, deixa de ser primeira-ministra do Sarre para assumir a direção da principal força política do país com a incumbência de renová-la para manter a liderança e recuperar os eleitores que preferiram os liberais ou a extrema-direita nas últimas eleições.

Andrea Nahles, de 47, dirige nesta legislatura o grupo parlamentar social-democrata e é a candidata da direção do SPD para assumir a presidência do partido no próximo dia 22 de abril, em um congresso extraordinário convocado após Martin Schulz anunciar sua renúncia.

Annegret e Andrea cresceram politicamente dentro dos seus respectivos partidos, começando pela ala da juventude e assumindo diferentes cargos até chegar à executiva federal.

Curiosamente, as duas têm a mesma convicção de que as cotas para mulheres são um instrumento adequado para avançar na igualdade de gênero e ambas defenderam sua imposição nas direções das grandes empresas.

Enquanto espera o resultado da consulta convocada entre os militantes social-democratas para aprovar uma nova grande coalizão de governo, no próximo domingo, Merkel revelou neste domingo os nomes que liderarão os seis ministérios que correspondem ao CDU e destacou que três delas serão mulheres.

"A clara presença de mulheres na equipe de Merkel é um feito. E o nosso trabalho, na posição que ocupamos, é muito mais eficiente do que mil debates teóricos", afirmou à Agência Efe a futura ministra da Agricultura, Julia Klöckner, durante o congresso extraordinário do CDU que elegeu Annegret.

O SPD esperará a apuração do seu plebiscito interno para fazer públicos os nomes dos seus ministros e ministras.

Junto ao CDU e o SPD, os Verdes e a Esquerda têm uma mulher e um homem dividindo funções na direção dos partidos: Annalena Baerbock e Robert Habeck, no primeiro dos casos; e Katja Kipping e Bernd Riexinger, no segundo.

À frente de ambos nas eleições gerais de setembro, a legenda de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) teve até essa teve uma mulher - Frauke Petry - como o seu rosto mais conhecido.

Frauke deixou o partido após as eleições e iniciou um caminho próprio, de futuro incerto, e a AfD tem desde então dois homens em sua presidência.

Também é de homens a maioria dos seus deputados, embora a liderança do grupo parlamentar seja compartilhada pelo veterano conservador Alexander Gauland e a economista Alice Weidel.

A União Social-Cristã (CSU), partido irmanado na Baviera com o CDU de Merkel, é dirigida por um homem, Horst Seehofer; assim como o Partido Liberal, presidido por Christian Lindner.

Ainda está por ver o impacto que a presença duas mulheres na liderança dos dois principais partidos da Alemanha terá na política do país, já que no Parlamento que formado nas eleições de setembro apenas 218 dos 709 cadeiras são ocupados por mulheres, pouco mais de 30%, frente aos 37% da legislatura anterior.

Por grupos, os Verdes se destacam pela maior presença feminina (58%), seguidos pela Esquerda (54%) e os social-democratas (42%), que têm cotas de mulheres eu seus cargos principais.

A porcentagem de mulheres entre os deputados liberais cai para 22,5% e no bloco conservador de Merkel (CDU/CSU) para 20%, enquanto na AfD é de pouco mais de 10%.

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