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Mulheres acusadas de matar meio-irmão de Kim Jong-un vão depor na Malásia

As mulheres acusadas de terem assassinado Kim Jong Nam com agente nervoso no ano passado podem ser condenadas a pena de morte

As mulheres teriam esfregado o agente nervoso no rosto de Kim Jong Nam em 13 de fevereiro do ano passado (KCNA/via Reuters/Reuters)

As mulheres teriam esfregado o agente nervoso no rosto de Kim Jong Nam em 13 de fevereiro do ano passado (KCNA/via Reuters/Reuters)

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Reuters

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 11h39.

Kuala Lumpur - Duas mulheres acusadas de matar o meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong Un, terão que responder por seus papéis em uma conspiração bem planejada, disse um juiz da Malásia nesta quinta-feira, acrescentando, no entanto, que os indícios não provam um assassinato político.

A indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Doan Thi Huong foram acusadas de terem assassinado Kim Jong Nam esfregando o agente nervoso VX, proibido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em seu rosto em um aeroporto de Kuala Lumpur em 13 de fevereiro do ano passado, e enfrentam a pena de morte.

O assassinato foi uma "conspiração bem planejada entre as mulheres e os quatro norte-coreanos à solta", disse o juiz a cargo do caso, Azmi Ariffin, em uma decisão que exigiu mais de duas horas para ser lida.

"Devo, portanto, instruí-las a buscarem sua defesa", disse. "Não posso descartar que tenha sido um assassinato político. Apesar disso, sou incapaz de confirmar este fato".

A corte estabeleceu datas para as acusadas deporem entre novembro e fevereiro próximo.

As duas chegaram ao tribunal nos arredores da capital malaia algemadas e com coletes à prova de balas e foram escoltadas para dentro por policiais de armas em punho. Elas têm cerca de 20 anos e se declararam inocentes, dizendo acreditar que participavam de uma pegadinha de um reality show.

Mas Azmi disse não ter sido persuadido pelo argumento da defesa, já que não havia uma equipe de TV escondida e não se tentou alertar o alvo para a brincadeira, como é costume em tais programas.

Doan não reagiu à decisão, mas Siti Aisyah rompeu em lágrimas e teve que ser consolada por seus advogados e por autoridades da embaixada da Indonésia.

Ela ficou muito decepcionada, disse o advogado Gooi Soon Seng, que se mostrou surpreso com o parecer.

"Ainda estamos muito confiantes de que temos uma boa defesa", acrescentou. "Não significa que foram consideradas culpadas, só significa que (o juiz) achou que a acusação provou que existe um caso prima facie".

Os advogados de Doan disseram não esperar a decisão. No Vietnã, reagindo aos acontecimentos desta quinta-feira, seu pai, Doan Van Thanh, disse: "Não sei o que fazer agora. Só espero que eles anunciem que ela é inocente para que ela possa voltar para casa".

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