Cerimônia em homenagem às vitimas: o ataque deixou 37 mortos (Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de março de 2016 às 16h36.
Ancara - A Turquia identificou o responsável pelo ataque suicida em Ancara no domingo como Seher Cagla Demir, uma mulher de 24 anos que teria se tornado rebelde curda em 2013 e treinado na Síria.
Em um comunicado, o Ministério do Interior afirmou que ela possivelmente teve um homem como cúmplice, que também morreu, mas ele ainda não foi identificado. O ataque deixou 37 mortos.
Segundo o comunicado, Demir se uniu ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão, conhecido como PKK, e depois entrou na Síria para receber "treinamento terrorista" de uma milícia curda síria aliada.
A Turquia considera a milícia - chamada Unidades de Proteção do Povo, ou YPG - como uma organização terrorista por causa de sua filiação ao PKK e tem pressionado os EUA a parar de ajudar o grupo.
O governo norte-americano considera o PKK uma organização terrorista, mas apoia o YPG, que tem sido eficiente no combate ao Estado Islâmico.
A Turquia culpa a milícia síria curda por outro ataque em Ancara, em 17 de fevereiro, que deixou 29 mortos, dizendo que o grupo agiu junto com o PKK.
No entanto, um grupo militante curdo com base na Turquia que é uma ramificação do PKK assumiu a autoria daquele ataque. Até agora nenhum grupo reivindicou responsabilidade pela explosão do último domingo.
A explosão desta semana aumentou as tensões com os curdos e dificultou ainda mais a posição da Turquia na região, enquanto o país luta com vários inimigos em suas fronteiras, incluindo o governo sírio, rebeldes curdos no Iraque e na Síria e o Estado Islâmico.
Além disso, a Turquia tem sido forçada a absorver 2,7 milhões de refugiados da guerra na Síria e a Europa está pressionando o país a receber de volta mais milhares de imigrantes.
O PKK está combatendo a Turquia pela autonomia do Curdistão, no sudeste do país. O frágil processo de paz de dois anos entrou em colapso em julho passado, reiniciando o conflito.