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Mulher mais velha do mundo, María Branyas morre aos 117 anos

A espanhola vivia na casa de repouso de Santa Maria del Tura, na cidade catalã de Olot

Uma equipe da Universidade de Barcelona estudou seu DNA para tentar determinar as causas de sua longevidade (X/@MariaBranyas112)

Uma equipe da Universidade de Barcelona estudou seu DNA para tentar determinar as causas de sua longevidade (X/@MariaBranyas112)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 21 de agosto de 2024 às 10h52.

 Pessoa mais velha do mundo, a espanhola María Branyas Morera morreu aos 117 anos após "sobreviver a guerras e pandemias", informou sua família nesta terça-feira, 20.

"María Branyas nos deixou", escreveu a família na conta da idosa na rede social X. "Morreu como desejava: enquanto dormia, tranquila e sem dor".

"Há alguns dias nos dizia: um dia irei embora. Não voltarei a provar o café, nem tomar iogurte (...) Deixarei de existir neste corpo. Um dia que desconheço, mas que está muito perto, está longa viagem terá acabado", contou a família em sua mensagem.

"Será sempre lembrada por seus conselhos e bondade", concluiu sua família.

Na mesma conta, Branyas antecipou na segunda-feira que o momento da morte estava próximo.

"Me sinto fraca. Está chegando a hora. Não chorem, não gosto de lágrimas. E, principalmente, não sofram por mim. Onde estiver, estarei feliz", afirmou a mulher.


Branyas era a pessoa mais velha do mundo, segundo o Grupo de Investigação Gerontológica de Estados Unidos (US Gerontology Research Group) e o livro dos recordes.

Ela substitui a francesa Lucile Randon, que morreu aos 118 anos em janeiro de 2023.

Após a morte de Branyas, a pessoa mais idosa é a japonesa Tomiko Itooka, que nasceu em 23 de maio de 1908 e tem 116 anos, segundo o Grupo de Investigação Gerontológica dos Estados Unidos.

Nascida em 1907, "nunca foi ao hospital"

Branyas sobreviveu à pandemia de gripe de 1918 (também chamada gripe espanhola), a duas guerras mundiais, à guerra civil espanhola e a covid, que contraiu pouco depois de completar 113 anos em 2020, e da qual se recuperou totalmente em poucos dias.

A mulher vivia na casa de repouso de Santa Maria del Tura, na cidade catalã de Olot, no nordeste da Espanha, há mais de 20 anos.

Ela nasceu em São Francisco em 4 de março de 1907, pouco depois que sua família catalã se mudou do México para os Estados Unidos.

A família decidiu retornar à Espanha em 1915, em plena Primeira Guerra Mundial, o que dificultou a viagem de navio pelo Atlântico.

A travessia também foi marcada por uma tragédia: seu pai morreu de tuberculose no final da viagem e seu caixão foi jogado no mar. Branyas e sua mãe se mudaram para Barcelona.

Em 1931, cinco anos antes do início da guerra civil na Espanha, casou-se com um médico. O casal viveu junto por quatro décadas até que seu marido morreu ao 72 anos. Teve três filhos - um deles já falecido-, 11 netos e vários bisnetos.

Sua filha mais nova, Rosa Moret, já octogenária, disse à televisão local catalã que a mãe "nunca foi ao hospital e nunca sofreu uma fratura".

Uma equipe da Universidade de Barcelona estudou seu DNA para tentar determinar as causas de sua longevidade. Em uma entrevista publicada em outubro de 2023 pelo jornal espanhol ABC, um dos pesquisadores, Manel Esteller, se surpreendeu com a saúde da mulher.

"Estava completamente lúcida. Lembrava nitidamente de episódios de quando tinha apenas quatro anos, e não apresentava nenhuma doença cardiovascular, habitual das pessoas de idade avançada. Seus únicos problemas eram de mobilidade e de ouvido. É inacreditável", explicou o acadêmico de Genética.

A pessoa mais velha já registrada foi a francesa Jeanne Calment, que viveu 122 anos e 164 dias, e morreu em 1997.
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