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Mulher de 60 anos dá à luz filhas gêmeas na China

Uma sexagenária tornou-se a mulher mais idosa da China a dar à luz, após trazer ao mundo, aos 60 anos, duas gêmeas

Enfermeira cuida de bebês recém-nascidos em hospital de Huaibei, leste da China: caso é extremamente incomum na China (AFP)

Enfermeira cuida de bebês recém-nascidos em hospital de Huaibei, leste da China: caso é extremamente incomum na China (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de dezembro de 2013 às 12h22.

Pequim - Uma sexagenária tornou-se a mulher mais idosa da China a dar à luz, após trazer ao mundo, aos 60 anos, duas gêmeas concebidas mediante fertilização in vitro, noticiou nesta terça-feira um jornal oficial.

O caso é extremamente incomum na China, que manteve por muitos anos a política do filho único, devido à idade da mulher. No resto do mundo, muitos países e clínicas impõem limites a tratamentos de fertilização in vitro, que se torna menos eficaz com a idade e devido a preocupações com o bem-estar da criança.

Segundo o jornal China Daily, Sheng Hailin, que hoje tem 63 anos, perdeu a primeira filha por envenenamento acidental com gás há mais de quarenta anos.

"Para sobreviver e me libertar da solidão, eu decidi ter outro filho, apesar da minha idade avançada", disse Sheng em declarações ao jornal.

Um hospital militar na cidade de Hefei (leste) concordou em dar a ela e ao esposo fertilização in vitro, acrescentou o periódico. O China Daily não explicou porque Sheng foi aceita para receber o tratamento.

A mulher, então, deu à luz a Zhizhi, que nasceu com 1,85 quilo, e Huihui, com 1,45 quilo, em 25 de maio de 2010 no Hospital Nº 105 do Exército de Libertação Popular, continuou o jornal.


Segundo o Livro Guinness dos Recordes, a mulher de mais idade a dar à luz no mundo foi a espanhola Maria del Carmen Bousada de Lara, que teve gêmeos por cesariana em 2006, quando tinha 66 anos e 358 dias. A mulher faleceu de câncer três anos depois.

Por mais de trinta anos, a China implementou sua lei de planejamento familiar, algumas vezes recorrendo à brutalidade, restringindo a maior parte dos casais a ter um único filho, com algumas exceções em algumas famílias rurais cujo primeiro filho era uma menina, minorias étnicas e casais em que os dois eram filhos únicos.

Estima-se que um milhão de famílias em todo o país tenham perdido o único descendente desde que a medida entrou em vigor nos anos 1970 e outros quatro a sete milhões devem passar por isto nos próximos 20 a 30 anos.

Estas famílias enfrentam incertezas no futuro, sem ninguém para ajudá-los com as fragilidades ou os altos custos médicos trazidos pela idade avançada, e diante do sentimento de perda em uma cultura que enfatiza a família.

A notícia foi divulgada em um momento em que o alto comitê legislativo da China prepara-se para formalizar uma exceção mais ampla ao limite do filho único e permitir a casais em que apenas um dos membros é filho único terem dois filhos.

Sheng, uma funcionária de serviços médicos aposentada, e seu marido recebem boas pensões, segundo a mídia chinesa.

Mas Sheng voltou a trabalhar, viajando por todo o país para dar palestras sobre saúde para ganhar dinheiro extra para poder sustentar as crianças, inclusive mais de 10 mil iuanes (US$ 1.600) por mês para pagar duas babás, uma vez que ela não consegue mais executar tarefas que demandam esforço físico, como dar banho nas pequenas.

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