O presidente dos EUA, Barack Obama, também entrou na questão (REUTERS/Mark Baker/Pool)
Da Redação
Publicado em 15 de novembro de 2014 às 14h06.
Brisbane - Mesmo com as tentativas do primeiro-ministro da Austrália, Tony Abbott, de tirar os holofotes das mudanças climáticas, o tema voltou à pauta durante a reunião do G-20 que ocorre neste fim de semana no país.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-Moon, indicou que qualquer tentativa de discutir o crescimento global sem falar do clima não iria para frente.
Como anfitrião do evento, Abbott tomou a controversa decisão de tirar a questão climática da pauta do encontro. Ele é contra o projeto de estabelecer multas para a poluição por carbono e disse recentemente que o carvão mineral, um dos principais produtos de exportação da Austrália, é "bom para a humanidade".
Sua decisão gerou protestos, com centenas de pessoas enterrando suas cabeças nas areias da praia de Bondi, em Sydney, nesta semana.
"As mudanças climáticas são o tema definidor da nossa época e, assim, é natural que os líderes do G-20 se foquem muito mais nesse assunto", disse Ban.
O presidente dos EUA, Barack Obama, também entrou na questão. Durante um discurso em uma universidade local neste sábado, ele mencionou a famosa barreira de corais na costa da Austrália, que fica perto de Brisbane e tem sido ameaçada pelas alterações nas condições marítimas.
"Eu quero voltar aqui para visitar a barreira. Eu quero que as minhas filhas possam visitá-la. Eu quero que elas possam trazer suas filhas para cá daqui a 50 anos", afirmou.
A situação da barreira de corais tem gerado polêmicas na Austrália. Este ano, a Unesco criticou a decisão do governo de Abbott de aprovar um grande projeto de dragagem perto da barreira, para a construção de um terminal de exportação de carvão.