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Mudança das Farc para zonas de reunião começará em janeiro

A expectativa é que a mudança começasse a partir de dezembro, mas a demora na construção dos acampamentos atrasou o processo

FARC: está previsto que antes de deixar as armas sob a supervisão da ONU, os guerrilheiros se reúnam em lugares já definidos (foto/Getty Images)

FARC: está previsto que antes de deixar as armas sob a supervisão da ONU, os guerrilheiros se reúnam em lugares já definidos (foto/Getty Images)

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EFE

Publicado em 28 de dezembro de 2016 às 18h51.

Bogotá - A mudança dos guerrilheiros das Farc às zonas onde se reunirão antes de deixar as armas e se desmobilizar não começará antes de janeiro, segundo um comunicado conjunto divulgado nesta quarta-feira por dirigentes do governo e da guerrilha.

A Comissão de Acompanhamento, Impulso e Verificação à Implementação do Acordo de Paz assinado em 24 de novembro se reuniu hoje em Bogotá para discutir as condições dos acampamentos que alojarão os guerrilheiros e acordou uma série de medidas para agilizar sua mudança.

"Para continuar o trabalho de adequação dos terrenos e construção dos acampamentos, em 31 de dezembro chegarão a nove zonas de concentração outros grupos de trabalhadores civis, contratados pelo governo, aos quais se somarão as comissões de construção das Farc", afirma o comunicado.

Esperava-se que os guerrilheiros começassem a chegar aos acampamentos das chamadas zonas veredais transitórias de normalização (ZVTN) na próxima sexta-feira, quando se completa um mês desde a refrendação do acordo no Congresso colombiano.

No entanto, devido à demora na construção dos acampamentos, todos situados em áreas de influência das Farc em lugares remotos do país, foram anunciadas modificações no processo de mudança.

"Antes de 10 de janeiro, continuará a adequação conjunta em 16 pontos restantes e fica pendente a região de Caño Indio, no município de Tibú, na qual avança o processo de concertação", acrescentou o comunicado.

Está previsto que antes de deixar as armas sob a supervisão de uma comissão internacional liderada pela ONU e de sua desmobilização definitiva, os guerrilheiros se reúnam em lugares já definidos.

Desses lugares, 20 são ZVTN, nas quais pode haver vários acampamentos, e sete são pontos (lugares menores, com um só acampamento) distribuídos nas regiões do país onde as Farc têm mais presença.

Na reunião foi decidido, além disso, que "de forma gradual, o governo Nacional e as Farc habilitarão a totalidade das zonas e pontos para a mudança dos guerrilheiros".

Enquanto são construídos os acampamentos, os guerrilheiros permanecerão nos Pontos de Pré-agrupamento Temporário (PPT), próximos às ZVTN, de acordo com os protocolos estabelecidos.

"As unidades guerrilheiras que ainda estão a distâncias consideráveis continuarão sua aproximação às ZVNT com o acompanhamento do Mecanismo de Monitoração e Verificação", acrescenta o comunicado.

As partes também decidiram que "no mais tardar, em 30 de janeiro será estabelecido o número de integrantes das Farc que não serão anistiados nem receberão indulto" com base na Lei de Anistia que foi aprovada nesta quarta-feira na Câmara dos Representantes e seguiu para debate e votação no Senado.

A comissão que se reuniu hoje definirá para quais zonas e em quanto tempo serão transferidos os que não serão beneficiados pela Lei de Anistia.

Por parte do governo, compareceram à reunião o alto comissário de Paz, Sergio Jaramillo, e o chefe do Comando Estratégico de Transição, general Javier Flórez, entre outros.

Já as Farc foram representadas por seu chefe negociador, Luciano Marín Arango, conhecido como "Ivan Márquez"; Seusis Pausivas Hernández, conhecido como "Jesús Santrich", e Félix Muñoz, conhecido como "Pastor Alape".

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