Mundo

Muçulmanos não são extremistas, defende família de policial

A família do policial morto em tiroteio pelos autores de atentado pediu o fim das analogias entre extremistas e muçulmanos


	Imagem mostra Ahmed Meraber, policial morto na frente da sede do jornal Charlie Hebdo
 (JORDI MIR/AFP)

Imagem mostra Ahmed Meraber, policial morto na frente da sede do jornal Charlie Hebdo (JORDI MIR/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de janeiro de 2015 às 21h27.

A família do policial francês Ahmed Merabet, morto em um tiroteio na quarta-feira pelos autores do atentado ao jornal satírico "Charlie Hebdo", pediu neste sábado o fim das analogias entre extremistas a muçulmanos.

"Parem de fazer analogias, de deflagrar guerras, de queimar mesquitas, ou sinagogas", declarou um membro da família, em entrevista coletiva em Livry-Gargan, no norte de Paris, onde vivia o policial de 41 anos, muçulmano de origem argelina.

"Eu me dirijo a todos os racistas, islamofóbicos e antissemitas: não é preciso misturar extremistas e muçulmanos", afirmou um outro membro da família Merabet.

"Vocês estão atacando pessoas. Isso não trará nossos mortos de volta e não trará paz às nossas famílias", insistiram os familiares do policial, dizendo-se "arrasada por esse ato bárbaro" e se unindo "à dor de todas as famílias das vítimas".

Os parentes do policial também reagiram à publicação da foto da execução do agente, na frente da sede do "Charlie Hebdo", na capa da edição deste sábado do semanário "Le Point".

"Acho isso abjeto", declarou o cunhado da vítima, Lotfi Mabrouk. "Essas imagens rodaram o mundo, chocaram muito as pessoas", acrescentou.

Em seguida, um outro integrante da família pediu que "parem de usar essas imagens".

Malek Merabet, um irmão da vítima, questionou a imprensa: "como vocês ousam pegar esse vídeo e divulgá-lo? Eu ouvi sua voz, eu a reconheci, eu o vi sendo abatido, e continuo a ouvi-lo todos os dias", desabafou.

Um vídeo gravado por um cinegrafista amador do telhado de um prédio mostra a execução do policial, a bala, a alguns metros da redação do "Charlie Hebdo", onde os irmãos Chérif e Said Kouachi tinham acabado de matar 11 pessoas.

Acompanhe tudo sobre:Ataques terroristasEuropaFrançaMetrópoles globaisMuçulmanosPaíses ricosParis (França)Terrorismo

Mais de Mundo

Manifestação reúne milhares em Valencia contra gestão de inundações

Biden receberá Trump na Casa Branca para iniciar transição histórica

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'