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Muçulmanos europeus se mobilizam contra jihadistas

Os muçulmanos da Europa se mobilizam contra os jihadistas do Estado Islâmico, organizando protestos e até uma campanha no Twitter


	Muçulmanos: muçulmanos europeus temem ser ligados aos atos violentos dos jihadistas
 (AFP/Getty Images / Spencer Platt)

Muçulmanos: muçulmanos europeus temem ser ligados aos atos violentos dos jihadistas (AFP/Getty Images / Spencer Platt)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 13h46.

Paris - Os muçulmanos da Europa, horrorizados com as atrocidades do grupo Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria, mobilizavam-se contra os jihadistas organizando na Alemanha um dia de protesto contra o ódio, uma manifestação na Noruega, e até uma campanha mundial no Twitter na Grã-Bretanha.

Os muçulmanos europeus temem ser ligados aos atos violentos dos jihadistas, amplamente difundidos pelas redes sociais, ou inclusive à radicalização de alguns de seus membros.

No entanto, a intensidade da mobilização varia de acordo com os países.

Na Grã-Bretanha, a fundação Active Change lançou uma hashtag "Não em meu nome" (#notinmyname) que convoca os tuiteiros muçulmanos a enviar mensagens contrárias ao grupo Estado Islâmico.

A campanha teve um sucesso espetacular com milhares de mensagens em todo o planeta.

Na Alemanha (4 milhões de muçulmanos, 5% da população), cerca de 2.000 mesquitas nas principais cidades do país participaram de um dia de "Muçulmanos contra o ódio e a injustiça".

As imagens de muçulmanos orando em Berlim, no populoso bairro de Kreuzber, chamado de pequena Istambul, impactou a opinião pública.

No entanto, o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ) disse que existe um sentimento de hostilidade crescente em relação aos muçulmanos.

É lamentável que "pessoas que cresceram e foram educadas aqui, que formam parte da sociedade, ainda devam explicar que não são criminosas", disse Fazli Altin, presidente da Federação Islâmica de Berlim.

Na Noruega, 5.000 pessoas, segundo os organizadores, participaram no fim de agosto de uma marcha convocada por jovens muçulmanos.

Na França, "os muçulmanos condenam firmemente este 'Estado' que não tem nada de Islâmico", disse à AFP Abderrahman Dahman, presidente do Conselho dos Democratas Muçulmanos da França.

Dahman é um dos impulsionadores de um apelo lançado recentemente contra o Estado Islâmico por responsáveis religiosos, mesquitas e associações muçulmanas.

No entanto, Dahman reconhece que a maior comunidade muçulmana da Europa permaneceu em sua maioria silenciosa.

"Por que? Por uma razão muito simples: estão fartos da islamofobia, da discriminação", explica Dahman.

Ghaleb Bensheij, presidente da Conferência Mundial de Religiões para a Paz, lamenta que "o vocabulário, as palavras do Islã tenham sido confiscados por criminosos e terroristas. As palavras fatwa, jihad, califado, foram deturpadas. Jihad era um esforço no caminho de Deus, se converteu em um sinônimo de barbárie", afirma.

Abdelasiem El Difraoui, autor de "Al-Qaeda através da imagem", diz que "o meio muçulmano está alarmado, assustado".

O Estado Islâmico é "uma seita que não tem muito a ver com o islã, vai contra a corrente da ortodoxia sunita", sustenta.

A radicalização é assunto de uma ínfima minoria, insiste El Difraoui.

"Antes tingiam o cabelo de verde para chocar sua avó. Eram punks. Agora é mais chique se tornar jihadista. É uma forma de 'No Future', mas também se baseia no fato de que a juventude adora certa forma de ultraviolência", disse à AFP.

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